Sucesso internacional de “O Agente Secreto” alimenta esperança no Oscar

O filme brasileiro O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, segue colecionando reconhecimentos internacionais, o que reforça sua candidatura para representar o país no Oscar do próximo ano. O longa recebeu indicações ao Gotham Film Awards, importante premiação do cinema independente, nas categorias de roteiro original e melhor atuação para Wagner Moura.

Trajetória de premiações e cautela no Oscar
As indicações do Gotham Film Awards se somam a um histórico de sucesso internacional do filme, que terá sua estreia no Brasil em 6 de novembro. Em maio, a produção já havia conquistado os prêmios de melhor direção e de melhor ator no renomado Festival de Cannes.

O longa foi selecionado pela Academia Brasileira de Cinema para ser o representante nacional na maior premiação do cinema. A expectativa é que O Agente Secreto repita o feito de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, escolhido como melhor filme internacional do Oscar neste ano.

Apesar do otimismo crescente, o ator Wagner Moura demonstrou cautela em entrevista coletiva na capital paulista. “A gente está fazendo tudo direito, mas eu acho que a gente tem que ter calma e respirar. Mas quando começa a ter essas indicações de outras premiações como o Gotham, aí eu começo a dizer que a gente tem um caminho que está parecendo mais real do que há duas semanas”, comentou o ator.

O desejo de conquistar o público jovem
Enquanto a corrida pelo Oscar avança, o diretor Kleber Mendonça Filho revelou que seu maior objetivo é engajar o público brasileiro, especialmente a juventude.

O diretor expressou um desejo “muito especial” de que o filme seja descoberto por “estudantes, meninos e meninas” que buscam entender a história brasileira através do cinema. “Talvez esses jovens possam descobrir alguma coisa nova, algum ponto de vista interessante sobre o nosso país”, ressaltou Mendonça Filho.

Ambientado nos anos 70, durante a ditadura militar, O Agente Secreto narra a história de Marcelo (interpretado por Wagner Moura), um homem que retorna a Recife para fugir de um passado misterioso e buscar o filho. O diretor espera que o filme sirva para que a juventude conheça melhor esse período histórico.

Mendonça Filho citou o relato de duas jovens que assistiram a Ainda Estou Aqui e disseram não saber que o regime militar havia sido “tão ruim daquele jeito”. Para ele, “são pequenas informações, pequenos sentimentos, que um filme, principalmente um filme brasileiro, pode trazer sobre o nosso país”.

Cinema como instrumento de memória
A narrativa de O Agente Secreto inicia-se com um retorno ao passado, uma busca por memórias. O diretor argumenta que a produção aborda um momento histórico que o Brasil “tende a esquecer”, mas que continua a gerar traumas e violências.

“O Brasil é um país que tem algumas questões com memória, é um país que tende a esquecer de muita coisa. Eu acho que o cinema é um instrumento muito bom, porque ele é um bom filme, prende a sua atenção, te diverte e te mantém entretido, mas ele também pode ter uma carga de informação de verdade sobre o lugar onde a gente mora”, explicou Mendonça Filho.

Para Wagner Moura, a importância da memória é uma característica do cinema nacional como um todo. O ator defendeu que a sociedade, o jornalismo, a universidade e o cinema têm a função de preservar a memória, citando que a ausência de memória, como ocorreu com a Lei da Anistia, pode ter consequências políticas graves. Com informações da Agência Brasil

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