Com casos de Covid-19 em alta em Pará de Minas, leitos quase em colapso, comitê toma medida que na prática não muda nada

O Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde da Covid-19 de Pará de Minas se reuniu na manhã desta terça-feira, 29 de dezembro, para discutir a possibilidade de aumentar as restrições devido ao aumento preocupante dos casos confirmados de pessoas que contraíram o novo coronavírus.

Apesar de os leitos de terapia intensiva para tratar esses pacientes ter atingido 100% da capacidade e os de enfermaria quase ter entrado em colapso, mais uma vez fica muito claro que os membros do comitê priorizaram a economia e não a saúde da população.

A Secretaria Municipal de Saúde até propôs fechar todas as atividades não essenciais por um período de 10 dias, mas foi voto vencido. Talvez de olho na economia os integrantes do comitê disseram que é preferível esperar Pará de Minas passar para onda vermelha do Minas Consciente para tomar tal decisão. Importante destacar que no plano estadual o município não pode é flexibilizar além do que é permitido, mas pode aplicar restrições quando necessário em nome da preservação da saúde do povo.

Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Fato é que Pará de Minas se aproxima de 1.400 casos confirmados e de quase sete mil suspeitos, além de 32 mortes por Covid-19, e outra em investigação, conforme dados divulgados nesta terça-feira, 29 de dezembro, pela Secretaria Municipal de Saúde e publicados nesta manhã pelo Portal GRNEWS. Ainda assim, o comitê parece enxergar outra realidade e tomou uma medida muito tímida que na prática não deve mudar muita coisa. Apenas decretou que bares, restaurantes, lanchonetes e o restante do comércio deve fechar as 21 horas.

Considerando que com estes estabelecimentos abertos durante todo o dia e boa parte da noite, as aglomerações serão inevitáveis nestes espaços contribuindo sobremaneira para a propagação do novo coronavírus entre os paraminenses.

Mesmo com tudo aberto e praticamente sem restrições capazes de evitar a propagação do vírus, o prefeito Elias Diniz (PSD) reafirma que o povo relaxou. Também diz que terá pulso mais firme daqui pra frente, mas na prática o comitê foi muito tímido com as novas medidas levando em conta que a própria Secretaria Municipal de Saúde confirma que os leitos para pacientes com Covid-19 em Pará de Minas estão quase esgotados. Uma das medidas é fiscalizar as pessoas que testarem positivo, mas ficam assintomáticas, e saem para as ruas contaminando terceiros:

Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Elias Diniz
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Mas as pessoas que estão preocupadas e que já perderam entes queridos ou que tiveram outros sequelados nesta pandemia argumentam que o relaxamento citado pelo prefeito só acontece porque o município não toma as medidas necessárias para conter o vírus e mantém abertos todos os serviços e não apenas os essenciais. Com o comércio aberto, as aglomerações ocorrem constantemente e a fiscalização não consegue estar em toda parte.

Já o secretário municipal de Saúde Wagner Magesty é mais realista. Afirma que os casos de contaminação pelo novo coronavírus superou todas as expectativas e Pará de Minas está em um estágio preocupante com um pico muito alto de casos confirmados. Cita que somente no Hospital Municipal Dia Padre Libério triplicou o número de pessoas atendidas e a quantidade de jovens contaminados assusta:

Wagner Magesty
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A situação é tão séria em Pará de Minas que o secretário municipal de Saúde confirma que os leitos do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) atingiram a taxa de 100% de ocupação com pacientes com Covid-19 e por pouco todos os leitos da enfermaria não foram ocupados:

Wagner Magesty
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Wagner Magesty participará nesta quarta (30) da reunião semanal da macrorregião de Saúde em Divinópolis e adianta que existe um indicativo que a região Oeste, a qual Pará de Minas está inserida, deve regredir para a onda Vermelha do plano Minas Consciente.

Isso deve ocorrer porque praticamente todas as unidades de saúde dos municípios que compõem a macrorregião de Saúde Oeste estão com seus leitos todos ocupados ou perto de atingir o limite devido a explosão de casos de Covid-19. Ressalta que na onda vermelha somente os serviços essenciais podem funcionar:

Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Wagner Magesty
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Temendo o colapso do sistema de saúde que já está no limite, o secretário municipal de Saúde propôs que as atividades não essenciais permanecessem fechadas em Pará de Minas entre os dias 5 e 15 de janeiro. Porém, como a economia parece vir e primeiro plano, o Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde da Covid-19 preferiu esperar o município passar para a fase vermelha do Minas Consciente, o que ocorrer nesta quarta (30:

Wagner Magesty
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Ele também destaca que o grande número de casos de Covid-19 tem levado a exaustão os profissionais da rede pública de saúde em Pará de Minas. Muitos estão afastados e o isso faz aumentar a preocupação quanto ao atendimento que a população necessita. Cita como exemplo apenas uma unidade de saúde que tem 13 servidores e oito estão afastados:

Wagner Magesty
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Aproveita para explicar que todos os casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 referentes a Pará de Minas, mesmo que a pessoa seja diagnosticada em outra cidade e aponte sua origem, são registrados em uma plataforma do Ministério da Saúde que detalha os números de cada município brasileiro de maneira fidedigna:

Wagner Magesty
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Lembra ainda que todos os testes RTPCR coletados em Pará de Minas são enviados para o laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e devido a grande demanda os resultados demoram a chegar. Por isso, o secretário está negociando com um laboratório do município que seja capaz de realizar esses exames na cidade com maior celeridade:

Wagner Magesty
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O secretário municipal de Saúde Wagner Magesty também alerta as pessoas que pretendem organizar eventos na virada do ano que a fiscalização com o apoio da Polícia Militar será intensa nas áreas urbana e rural de Pará de Minas. Quem for flagrado descumprindo as regras do decreto municipal sofrerá punições exemplares.

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