Engenheiros da Vale pretendem fazer contenção de rejeitos no Paraopeba para não afetar captação de água em Pará de Minas

A possibilidade de suspensão da captação de água no Rio Paraopeba para abastecer os consumidores paraminenses continua sendo motivo de preocupação para a concessionária Águas de Pará de Minas.

Desde o rompimento das barragens da mineradora Vale no município de Brumadinho na tarde de sexta-feira, 25 de janeiro, que o monitoramento foi intensificado no Rio Paraopeba, não só na captação no distrito de Córrego do Barro, mas também em municípios a montante ou seja, acima de Pará de Minas.

Técnicos da empresa observam a coloração e coletam água para análises laboratoriais e até esta segunda (28) não foi necessário suspender a captação da água no rio corta o distrito de Córrego do Barro.

O superintendente da Águas de Pará de Minas, Thiago Contage Damaceno, está mantendo contatos constantes com engenheiros do gabinete de crise da Vale para discutir o assunto. Nesta tarde de segunda (28) ele se reuniu com engenheiros da mineradora, com o prefeito Elias Diniz (PSD) e com o gerente de Regulação da Agência Reguladora do Serviço de Água e Esgoto (ARSAP), Frederico Mendes Amaral. Na pauta as ações necessárias a serem tomadas para garantir a qualidade água que abastece o município.

Thiago Contage Damaceno explica que a pluma de turbidez está sendo monitorada. Diz que nem toda aquela quantidade de rejeitos que vazou das barragens cairá no rio, e sim a parte mais líquida daquela lama. Isso não quer dizer que a água bruta fique imprópria para tratamento e consumo.

Citou as notas emitidas pela empresa no fim semana relatando a mudança de turbidez da água do Rio Paraopeba nos municípios de Mário Campos e Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

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Os técnicos analisaram a água e constataram um pico próximo de 300 unidades de turbidez, um indicador dessa parte mais barrenta. Mesmo com índice acima de 250 a Estação de Tratamento de Água (ETA) da empresa localizada no bairro Nossa Senhora das Graças está apta para tratar essa água com segurança. Mas não será necessário, já nesta segunda (28) novas análises mostraram que essa turbidez caiu de quase 300 para 40 unidades de turbidez.

Os testes de monitoramento estão sendo realizados pela Águas de Pará de Minas a cada 15 minutos e até o momento não foi detectada nenhuma alteração na água do Paraopeba na captação de Córrego do Barro.

Apesar de a situação estar dentro da normalidade, Thiago Contage Damaceno reitera o pedido para que a população não desperdice água e use com consciência. Pois pode ser que a captação seja suspensa dependendo da pluma de turbidez que chegar a Pará de Minas. Nesse caso outros mananciais abastecerão a cidade:


Thiago Contage Damaceno
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Essa possibilidade de suspender a captação de água no Rio Paraopeba despertou um antigo “fantasma” em Pará de Minas: o medo de faltar água. O município sofreu muito com períodos de racionamento nos anos de 2013 e 2014, antes da chegada da Águas de Pará de Minas, e a população não quer passar por esse pesadelo novamente.

Por essa razão, assim que foi ventilada a hipótese de contaminação de água do Rio Paraopeba, na sexta (25), a concessionária Águas de Pará de Pará de Minas constatou o consumo de água acima do normal naquela data.

Esse fato leva a crer que a população retomou o hábito de armazenar água em suas casas. O superintendente alerta que não é necessário fazer isso, pois não há risco de desabastecimento. Também lembra que guardar água em caixas d’água no fundo dos quintais pode facilitar o surgimento de focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue e outras doenças:

Thiago Contage Damaceno
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O prefeito Elias Diniz disse que o município de Itaúna já de prontificou a oferecer água tratada para Pará de Minas caso seja necessário. E aqui cabe lembrar que no auge do racionamento de água, os itaunenses já socorreram os paraminenses nos anos de 2013, 2014 e 2015.

Além disso, a mineradora Vale também tem responsabilidade de ajudar no abastecimento de água em Pará de Minas. Por essa razão os engenheiros do gabinete de crise da Vale estão em contato constante com a Águas de Pará de Minas desde a noite de sexta (25).

Tanto é verdade que no início da noite desta segunda (28), durante entrevista coletiva, o diretor-Executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que os técnicos da Vale pretendem colocar uma cortina de contenção no Rio Paraopeba para impedir que os rejeitos da barragem da mineradora em Brumadinho afetem a captação de águas em Pará de Minas. Esse procedimento foi confirmado pelo superintendente da Águas de Pará de Minas:

Thiago Contage Damaceno
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O superintendente da Águas de Pará de Minas, Thiago Contage Damaceno, disse que as equipes da empresa estão trabalhando em turnos de 12/36 horas para monitorar o Rio Paraopeba 24 horas. Afirma que até o momento os técnicos da empresa ainda não contataram mortandade de peixes em razão dos rejeitos da barragem de Brumadinho que caíram no leito do rio. O mesmo pode se dizer quanto a água na captação de Córrego do Barro que ainda não apresentou alteração dos parâmetros.

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