Infraestrutura em xeque: 88% dos municípios do Sudeste não possuem plano contra inundações

A capacidade das cidades de se adaptarem aos crescentes desafios das mudanças climáticas e do rápido crescimento urbano depende fundamentalmente de um planejamento robusto de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. Contudo, a realidade no Brasil revela uma lacuna preocupante. A falta de estratégias adequadas expõe a fragilidade da infraestrutura e resulta em cenários críticos, como enchentes, inundações e deslizamentos de terra, principalmente durante as chuvas mais intensas.

Há uma evidente desconexão entre o planejamento urbanístico das cidades e a adoção de medidas de drenagem integradas e resilientes.

O abismo da falta de planejamento
Um estudo conduzido pelo Instituto Trata Brasil revela a dimensão da deficiência. Das 4.958 cidades com informações no módulo de Águas Pluviais do SINISA, um número impressionante – 4.695 – declarou não possuir um Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais (PDD). Apenas 5,3% do total dos municípios brasileiros contam com essa ferramenta estratégica.

O cenário é ainda mais alarmante na Região Sudeste. Em um dos eixos mais populosos e desenvolvidos do país, 1.374 municípios não possuem o PDD, o que representa uma taxa de 88,4%. A ausência desse instrumento compromete a sustentabilidade, a eficiência e a resiliência dos sistemas de drenagem.

PDD: ferramenta essencial para mitigar riscos
Os Planos Diretores de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais são indispensáveis para o planejamento urbano. Eles cumprem o papel de mapear áreas de risco, identificar vulnerabilidades e propor soluções integradas que possam minimizar os impactos devastadores de enxurradas e inundações.

A carência do PDD não apenas dificulta a mitigação de problemas, mas também impede a captação de recursos externos. Isso ocorre porque instituições financiadoras frequentemente exigem um planejamento técnico detalhado como condição para liberar verbas. Consequentemente, a ausência de um PDD perpetua a dependência de medidas emergenciais, que são mais caras e comprovadamente menos eficazes a longo prazo.

Para mudar esse quadro, é fundamental que as administrações municipais priorizem a elaboração desses planos. É necessário buscar apoio técnico e financeiro dos governos estaduais e federal. A criação de programas de incentivo e capacitação pode ser um catalisador, especialmente nas cidades de pequeno e médio porte, onde os recursos técnicos e econômicos são mais limitados. Superar essa vulnerabilidade exige investimentos contínuos e estratégias adaptadas às complexas particularidades urbanas e regionais do Brasil. Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto Trata Brasil

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