Vendas pela internet se multiplicam e ajudam empreendedores paraminenses a superar a pandemia
Em Pará de Minas os donos de pequenas empresas foram impactados com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19) que impôs o isolamento social aos paraminenses.
No início o comércio foi fechado e apenas as atividades essenciais foram mantidas em funcionamento. Mas a pressão das entidades que representam os comerciantes foi grande e a prefeitura de Pará de Minas resolveu flexibilizar as regras de isolamento social e liberou a retomada do funcionamento do comércio não essencial.
Depois disso o número de casos confirmados iniciou uma curva ascendente preocupante. Tanto que o prefeito Elias Diniz (PSD) chegou a dizer ao Portal GRNEWS no início de junho que caso a curva de contágio continuasse em alta, poderia fechar alguns setores.
Mas na contramão do que disse, no feriado de Corpus Christi celebrado em 11 de junho, o prefeito resolveu flexibilizar ainda mais as regras de isolamento social e autorizou a liberação dos bares com restrições. No mesmo decreto estava previsto que a equipe de fiscalização da prefeitura deveria ficar responsável pelas verificações para que todas as regras fossem cumpridas. Entretanto, o secretário municipal de Saúde Wagner Magesty, preocupado com o aumento de casos havia pedido na véspera que os donos de bares que abriam os estabelecimentos sem autorização tivessem compreensão. Também afirmou que a equipe de fiscais da prefeitura não dá conta da demanda.
Como previsto, a medida não deu certo. Donos de bares foram denunciados, não cumpriram o que estabelecia o decreto e no dia 22 de junho a prefeitura recuou e determinou novo fechamento dos bares. Por outro lado, o advogado bernardo Lucca disse que a ineficiência da fiscalização da prefeitura resultou no fechamento de todos os bares, prejudicando os donos de bares que cumpriram as regras.
Apesar disso, muitos analisam que essa flexibilização pode custar caro aos paraminenses. Basta ver que o número de casos confirmados está em uma escalada muito preocupante. Conforme dados divulgados nesta quarta-feira, 24 de junho, revelam que em menos de um mês os casos confirmados de COVID-19 em Pará de Minas aumentaram cerca de 310% conforme publicado pelo Portal GRNEWS.
Diante de tantas preocupações e incertezas, os donos de pequenos negócios em Pará de Minas estão se reinventando para sobreviverem. Mas não só isso. Nos grupos de redes sociais as publicações se multiplicam revelando um grande número de pessoas que descobriram o comércio eletrônico como forma de superar a pandemia. Muitos deles afirmam que esta forma de empreendedorismo os ajudam a superar a crise causada pela pandemia.
Esta tendência também é notada em todo o país. Em meio a crise agravada pela pandemia, foram publicadas muitas pesquisas com números expressivos retratando o crescimento do e-commerce no Brasil. As vendas pela internet registram aumento de 50% em vários casos e o número de lojas virtuais dobraram em um período de 60 dias.
Uma das pesquisas foi publicada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) indica que desde o início da pandemia, cerca de 107 mil lojas aderiram à venda on-line de seus produtos. Com isso, o número de lojas virtuais quase dobrou, passando de 135 mil lojas ativas para 242 mil. A ABComm revela inda que antes da pandemia de COVID-19, a média de crescimento era de 10 mil novas lojas por mês.
O mesmo estudo destaca que os setores com maior presença nas vendas pela internet foram os de moda, alimentos e serviços. O comércio eletrônico em análise geral cresceu mais de 50% entre os meses de março e maio. E essas empresas aproveitaram bem as datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados para alavancarem suas vendas.
Isso foi facilitado pelo temor das pessoas em sair de casa para realizar compras. Assim, muitos preferem manter o distanciamento social e compram sem sair de casa com todo conforto e comodidade. Recebem os produtos na data certa e com segurança. Caso algo de errado ocorra, o cliente tem prazo para desistir da compra como previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Outra pesquisa realizada pelo Sebrae mostra que durante a pandemia 29% dos pequenos empresários passaram a vender seus produtos pelas redes sociais. Muitos deles divulgam e finalizam suas vendas usando canais no WhatsApp e Instagram.
O Facebook, dono tanto do Instagram e do WhatsApp, confirma que a digitalização do consumo cresceu muito devido a pandemia. Os dados revelam que 46% dos consumidores trocaram a compra física pela on-line.
Essa mudança de comportamento vale até para itens vendidos em estabelecimentos que continuam funcionando, como supermercados. Ainda sobre a utilização das redes sociais, o levantamento revela que 42% buscam informações sobre produtos e serviços.
E parece que este cenário de aumento das vendas pela internet deve seguir em alta. A pesquisa divulgada pelo Facebook mostra ainda que 68% dos entrevistados afirmaram que pretendem dar preferência às empresas pequenas ou da vizinhança para as compras. Outros 59% disseram que a preferência será para empresas que ajudaram durante a crise. Já 55% prometeram ficar mais atentos à atuação social das marcas durante a crise causada pela pandemia. Este levantamento foi feito pelo Facebook no mês de março com 1.500 brasileiros, com idade média de 38 anos.
Os empreendedores paraminenses que já estavam no mercado em pontos físicos ou o grande número que começou a vender pela internet durante a pandemia, devem ajudar a incrementar esses números. Isso pode ser notado nas expressivas divulgações de produtos ou novas marcas nas redes sociais.
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