Mais da metade dos trabalhadores brasileiros não temem perder empregos

Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que mais da metade dos trabalhadores brasileiros, 53,8%, não teme perder seu emprego ou principal fonte de renda nos próximos seis meses. O levantamento aponta que 42,3% dos entrevistados consideram improvável perder o trabalho, enquanto 11,5% acham muito improvável.

De acordo com o responsável pelo estudo, Rodolpho Tobler, a percepção de segurança reflete um mercado de trabalho aquecido no Brasil. Com a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos, é natural que os trabalhadores se sintam mais confiantes. No entanto, ele alerta que essa percepção pode mudar em breve, devido à expectativa de desaceleração da economia, influenciada pela alta da taxa de juros.

Desemprego em queda e renda em alta
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corroboram o cenário de um mercado de trabalho fortalecido. No segundo trimestre de 2025, a taxa de desemprego caiu para 5,8%, a menor da série histórica. Além disso, a renda do trabalhador e o número de empregados com carteira assinada também atingiram níveis recordes.

A desaceleração econômica mencionada pelos especialistas é uma consequência da taxa básica de juros, a Selic, que está em 15% ao ano. A elevação dos juros é uma ferramenta do Banco Central para combater a inflação, que está acima do teto da meta do governo. Juros altos encarecem o crédito e desestimulam investimentos, o que, por sua vez, pode frear a economia e, consequentemente, impactar o emprego e a renda.

Segurança aumenta com a renda
A pesquisa da FGV também mostra que a percepção de segurança no emprego cresce com a renda do trabalhador. Entre aqueles com rendimento de até um salário mínimo, 32,6% consideram improvável a perda do emprego. Já na faixa de renda acima de três salários mínimos, esse percentual sobe para 62,4%.

O estudo, que está em sua terceira edição, também revelou outros dados sobre o mercado de trabalho. A maioria dos entrevistados se considera satisfeita ou muito satisfeita com o trabalho atual. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 2 mil pessoas, sendo a primeira a abordar percepções sobre a satisfação profissional e a proteção social no país. Com informações da Agência Brasil

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