Brasil celebra a resistência: a história por trás do Dia Nacional da Consciência Negra

Nesta quinta-feira, 20 de novembro, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. A data, elevada à categoria de feriado nacional a partir de 2024, homenageia a memória de Zumbi dos Palmares, o icônico líder do maior quilombo do período colonial, que foi assassinado em 1695.

O reconhecimento desta data como um símbolo de resistência demorou décadas para se consolidar no calendário oficial do país. Antes de se tornar feriado em nível federal, a comemoração já era reconhecida por leis estaduais e municipais em mais de 1.200 localidades, incluindo capitais como Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo.

A escolha do 20 de novembro se deu a partir da iniciativa de um grupo de estudantes e ativistas negros de Porto Alegre (RS), em 1971, durante a ditadura militar. O coletivo, posteriormente batizado de Grupo Palmares, que incluía nomes como Oliveira Ferreira da Silveira e Antônio Carlos Cortes, defendia que as celebrações da abolição em 13 de maio — data da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel — não representavam adequadamente a luta e a agência do povo negro. Em vez de celebrar o ato de uma figura monárquica, o grupo optou por honrar a memória de Zumbi, mártir da luta pela autonomia e liberdade.

A vida de Zumbi e o Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares surgiu por volta do ano 1600, na região da Serra da Barriga (hoje município de União dos Palmares, em Alagoas), a partir da reunião de pessoas negras que haviam escapado da escravidão nos engenhos de açúcar da Zona da Mata do Nordeste. Devido à localização de difícil acesso, o local se transformou em uma comunidade autônoma e um centro de resistência contra o sistema escravocrata, chegando a abrigar uma população estimada em mais de 30 mil pessoas.

Ao longo do século XVII, Palmares, que era composto por diversas aldeias com nomes africanos (como Aqualtene e Dombrabanga) e indígenas, resistiu a inúmeras tentativas de invasão e destruição por parte das tropas portuguesas e holandesas.

Zumbi, que se tornaria o grande símbolo dessa resistência, nasceu livre dentro do quilombo, provavelmente em 1655, descendente do povo imbamgala ou jaga, de Angola. Ainda na infância, ele foi capturado por soldados portugueses e entregue a um padre, que o batizou de Francisco e lhe deu educação formal, ensinando português e latim. Aos 15 anos, Francisco fugiu, retornou ao seu local de origem e reassumiu seu nome africano: Zumbi.

Aos 25 anos de idade, Zumbi assumiu a liderança do quilombo e comandou a resistência contra os ataques constantes. Em 1694, a principal aldeia, Macaco, foi invadida e destruída. Mesmo ferido, Zumbi conseguiu escapar e continuou resistindo nas matas por mais de um ano, realizando ataques contra aldeias portuguesas. O cerco se encerrou tragicamente em 20 de novembro de 1695, quando Zumbi foi localizado, morto e esquartejado pelas tropas invasoras. Com informações da Agência Brasil

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