Investimento global em merenda escolar dispara e muda a vida de estudantes
O investimento em alimentação escolar global mais que dobrou nos últimos quatro anos, resultando em 80 milhões de crianças a mais sendo alimentadas na escola. É o que mostra o novo relatório do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), que destaca o crescimento do financiamento e a ampliação do alcance desses programas em todo o mundo.
Segundo o levantamento, o investimento global em merenda escolar saltou de 43 bilhões de dólares em 2020 para 84 bilhões de dólares em 2024. O aumento permitiu que o número de crianças beneficiadas alcançasse 466 milhões. O crescimento foi mais expressivo em países de baixa renda e no continente africano, que hoje alimenta 20 milhões de crianças a mais por meio de seus programas nacionais.
O impacto na educação e na economia
A pesquisa aponta que as refeições servidas nas escolas têm um impacto positivo direto no desempenho dos estudantes, melhorando o aprendizado de matérias como matemática e alfabetização. O diretor do WFP no Brasil, Daniel Balaban, ressalta que a merenda escolar fornece os nutrientes necessários para que as crianças tenham mais concentração e energia em sala de aula, combatendo a fome que muitas vezes é confundida com desatenção ou preguiça.
Além de beneficiar a educação, a alimentação escolar também traz retorno financeiro e social. O relatório estima que cada 1 dólar investido no programa gera entre 7 e 35 dólares em benefícios econômicos. A iniciativa também contribui para a geração de empregos, com cerca de 7,4 milhões de vagas diretas em cozinhas escolares e empregos indiretos em logística e agricultura.
O modelo brasileiro como referência
O relatório destaca o Brasil como um exemplo de sucesso global com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O programa, um dos maiores do mundo, atende quase 40 milhões de alunos e serve 50 milhões de refeições por dia.
Uma das inovações do PNAE é a legislação que obriga a compra de pelo menos 30% dos alimentos de agricultores familiares, o que impulsiona a economia local. O país também é copresidente da Coalizão para a Alimentação Escolar, uma rede global que busca ampliar o acesso à merenda, e criou o Centro de Excelência contra a Fome, que apoia mais de 80 nações na luta contra a insegurança alimentar. Com informações da Agência Brasil


