Secretário de Saúde diz que paralisação dos médicos do HNSC já acontece de forma covarde e branca
A nota divulgada pela Associação Médica de Pará de Minas confirmando a paralisação parcial do atendimento no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) a partir da sexta-feira (18) continua causando muita preocupação.
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A decisão foi tomada há cerca de um mês durante uma assembleia realizada por médicos do Corpo Clínico do HNSC. Uma ata foi registrada e encaminhada ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
O documento explica a situação crítica da categoria diante da falta de pagamento de plantões e demais procedimentos. Os profissionais alegam que está ficando insustentável a manutenção dos trabalhos.
A médica Luciana Alves, coordenadora do CTI do HNSC, explicou que os pacientes que necessitarem de assistência especializada serão atendidos nas vagas que estiverem disponíveis no setor. Os casos de risco eminente de morte receberão a devida atenção e acompanhamento.
Sobre esta afirmação dos médicos, a reportagem do Portal GRNEWS conversou com Cléber de Faria Silva, secretário municipal de Saúde e gestor dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) no município.
Ele disse que os médicos apenas confirmaram a intenção de paralisação parcial. Contudo, garante que tomará todas as providências jurídicas caso o atendimento seja comprometido:
Cléber de Faria Silva
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O gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) afirma que os profissionais que trabalham têm o direito de receber. No entanto, todas as providências serão tomadas caso esse movimento dos médicos seja efetivado.
Ele explica que já enviou cópias dos relatórios das verbas encaminhadas ao HNSC para a Câmara Municipal, Ministério Público de Minas Gerais, Associação Médica de Pará de Minas e para a diretoria do hospital:
Cléber de Faria Silva
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Sobre a subvenção que não repassada totalmente ao hospital, o secretário volta a dizer que o prefeito Antônio Júlio de Faria (PMDB) já explicou as dificuldades financeiras para cumprir o previsto. Ele ressalta que essas verbas não são obrigatórias e dependem de disponibilidade financeira.
Cléber de Faria Silva espera que todos os profissionais paralisem também os atendimentos particulares e convênios. Avisou que se houver qualquer problema com pacientes as responsabilidades serão devidamente apuradas e as providências necessárias tomadas:
Cléber de Faria Silva
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O responsável pela saúde pública no município deixa claro que a administração municipal nunca questionou o pagamento dos profissionais de medicina. Ele afirma que os funcionários do município estão recebendo em dia.
Revela também que a paralisação parcial já vem acontecendo em Pará de Minas e disse que ela é covarde e branca. Segundo ele, o Pronto Atendimento Municipal José Porfírio de Oliveira (P.A.) vem mantendo pacientes internados, sem ter estrutura para isso:
Cléber de Faria Silva
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De acordo com o secretário, nessa história todos estão certos e ao mesmo tempo errados. Ele afirma que é preciso que os médicos recebam os valores devidos e essa obrigação não é de terceiros:
Cléber de Faria Silva
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Ao final da entrevista, Cléber de Faria Silva revela que ao longo dos últimos dias o único hospital de Pará de Minas tem recebido os pacientes de forma mais lenta, principalmente em alguns plantões médicos:
Cléber de Faria Silva
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A reportagem do Portal GRNEWS procurou a diretoria do HNSC para ouvir a versão dos diretores após a confirmação da paralisação parcial dos médicos, mas não conseguiu falar com com ninguém. A secretária informou que estavam em reunião e ficou de fazer contato para se pronunciarem, mas isso não aconteceu até o momento da publicação.
O representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), promotor de Justiça, Charles Daniel França Salomão, responsável pela Curadoria de Saúde na Comarca de Pará de Minas, também não quis se pronunciar sobre o assunto.
O prefeito Antônio Júlio de Faria (PMDB) também foi procurado pela reportagem para tratar do assunto, que é de extrema gravidade, porém, sua assessoria informou que ele estava viajando.
O presidente da Associação Médica de Pará de Minas, Éverton Marinho Paiva, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar sobre o tema.
Também procuramos o diretor Clínico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Evandro Ferreira Campos, entretanto ele não atendeu e sua secretária disse que o mesmo retornaria mais tarde, mas isso não aconteceu até o fechamento desta publicação.
O espaço continua aberto, caso queiram se manifestar.
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