Itamaraty reitera alerta para brasileiros evitarem viagens a Israel em meio a escalada de conflito

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil reforçou, na tarde desta segunda-feira, 16 de junho de 2025, o alerta consular que desaconselha viagens não essenciais de brasileiros a Israel. A orientação, que teve início em outubro de 2023 com o recrudescimento do conflito entre Israel e o Hamas, ganha um novo contorno diante da recente escalada de tensões na região.

Conflito e evacuações anteriores
A embaixada brasileira em Tel Aviv emitiu o alerta inicial em outubro de 2023, poucos dias após o ataque do grupo militar Hamas a Israel, que resultou em mortes e sequestros de civis, incluindo cidadãos de outras nacionalidades. Desde então, a resposta militar israelense, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, devastou a Faixa de Gaza, então controlada pelo Hamas, causando a morte de milhares de pessoas, entre civis e crianças.

Em questão de poucas semanas após o início do conflito, o governo federal brasileiro organizou a evacuação de pelo menos 1.413 cidadãos brasileiros e seus familiares de outras nacionalidades que estavam em Israel.

Gestores brasileiros retidos e bombardeio de Israel ao Irã
A complexidade da situação se acentuou recentemente com a presença de dois grupos de gestores públicos municipais e estaduais brasileiros em Israel. Eles haviam viajado para participar de uma feira de tecnologia e segurança, a convite do governo local. Na sexta-feira, 13 de junho, o cenário mudou drasticamente quando Israel bombardeou o Irã, alegando ter como alvo instalações militares para impedir o desenvolvimento de armamentos nucleares. A retaliação iraniana foi imediata, com mísseis balísticos atingindo Tel Aviv e Jerusalém no mesmo dia.

Com a escalada do conflito, as operações no Aeroporto Internacional de Tel Aviv foram suspensas, deixando as autoridades brasileiras retidas em Israel.

“Com o início dos ataques de Israel ao Irã e o consequente fechamento do espaço aéreo israelense, os dois grupos de autoridades [brasileiras] convidadas [pelo governo de Israel] aguardam informações e providências com relação a seu retorno ao Brasil”, informou o Itamaraty em nota divulgada hoje, logo após a confirmação de que um primeiro grupo de gestores municipais conseguiu cruzar a fronteira em segurança, chegando à Jordânia de ônibus.

Segundo o Itamaraty, este primeiro grupo seguirá viagem para a Arábia Saudita, de onde embarcará em um voo particular com destino ao Brasil.

O tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Nélio Aguiar, que faz parte do primeiro grupo de gestores a deixar Israel, confirmou a presença de outras autoridades brasileiras, incluindo:

Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte;
Márcio Lobato, secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte;
Welberth Porto, prefeito de Macaé (RJ);
Johnny Maycon, prefeito de Nova Friburgo (RJ);
Cícero de Lucena, prefeito de João Pessoa (PB);
Janete Aparecida, vice-prefeita de Divinópolis (MG);
Flávio Guimarães, vereador do Rio de Janeiro;
Gilson Chagas, secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ);
Francisco Vagner, secretário de Planejamento de Natal (RN);
Davi de Matos, chefe-executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas).

O Itamaraty informou que outras 27 autoridades brasileiras permaneciam em Israel até o início da tarde desta segunda-feira.

“O governo israelense apresentou proposta similar de evacuação por terra até a Jordânia nos próximos dias, para que, conforme a disponibilidade, embarquem em voos comerciais jordanianos de retorno ao Brasil”, acrescentou a pasta. O Ministério garantiu que a Embaixada brasileira em Tel Aviv está em contato com as autoridades israelenses e jordanianas para viabilizar novas operações de evacuação dos brasileiros.

“O governo brasileiro acompanha com atenção a situação de seus nacionais que se encontram em Israel, incluídos, além de binacionais e turistas, autoridades integrantes de duas comitivas que cumpriam missão oficial àquele país, a convite do governo israelense”, finaliza o Itamaraty. Com informações da Agência Brasil

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