Hortas circulares inovam a agricultura familiar em Minas e geram nova fonte de renda
Uma metodologia de plantio inovadora, conhecida como horta circular, está sendo difundida entre agricultores familiares em diversas regiões de Minas Gerais pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O modelo, que utiliza o conceito de curvas de nível, garante que a água da chuva ou da irrigação permaneça dentro da horta, minimizando o desperdício e controlando a erosão em terrenos inclinados. A iniciativa visa fortalecer a agricultura local, impulsionar a segurança alimentar e oferecer uma nova fonte de renda.
Essa ação integra um projeto mais amplo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que busca a “Expansão e fortalecimento da cadeia produtiva de arroz em Minas Gerais”, com foco em sustentabilidade.
Fortalecimento da agricultura familiar e PNAE
Segundo Janine Guedes, pesquisadora da Epamig e coordenadora do trabalho, a implantação das hortas foi integrada ao projeto do arroz para fortalecer a agricultura familiar como um todo. A pesquisadora Polyanna Oliveira, membro da equipe, já trabalhava com o conceito e o integrou às novas ações.
O cronograma prevê que, após a instalação e treinamento sobre as hortas, a equipe retorne no período das chuvas para introduzir as unidades de arroz de sequeiro. Além disso, o projeto articula parcerias com a Emater e as prefeituras para que os agricultores possam comercializar o arroz e a produção das hortas para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo mercado.
O modelo agroecológico das hortas circulares é facilmente replicável e se adapta a diversas condições de solo, podendo receber diferentes tipos de hortaliças, leguminosas e frutíferas. “A escolha do que colocar na horta depende da disponibilidade de área, de água e do interesse do produtor”, explica Polyanna Oliveira.
Resultados na comunidade e no campo
No município de Perdões, no Sul de Minas, o projeto está em plena expansão, com sete unidades demonstrativas de arroz e seis hortas circulares previstas. A secretária de Agricultura de Perdões, Luciana Arriel, celebrou a parceria, que já resultou na implantação de três hortas e mais três acertadas.
Uma das hortas circulares já em produção pertence ao Projeto Vida Nova, que atende 85 meninos em situação de vulnerabilidade social. A diretora Cleuza Maria Augusto Oliveira avalia o impacto positivo na nutrição dos jovens: “Essa horta ajuda muito. Já estamos usando beterraba, alface, tudo. Enriqueceu muito nossa alimentação”.
Produtores como Dulcineia Carvalho Ribeiro da Silva e Wilson Antônio Ferreira da Silva, que trabalham com hortaliças há sete anos, notaram as vantagens do sistema após dois meses de uso, destacando que as plantas ficaram “mais bonitas” e que é “mais fácil de irrigar”. Eles planejam ampliar o cultivo circular.
A secretária Luciana Arriel observou que o formato circular contribui para a umidade do solo e para a prevenção de pragas. Em Perdões, o plantio das Unidades Demonstrativas de Arroz começa em novembro, incluindo áreas de cultivo solteiro e áreas consorciadas ao café. A palha do arroz é recomendada para a adubação das hortas, devido à sua riqueza em nutrientes, especialmente nitrogênio. Com informações da Agência Minas


