Em dois meses aumentou em 200% o índice de infestação do Aedes aegypti em Pará de Minas. Veja dicas para combater o mosquito

Os números do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, realizado entre os dias 06 e 10 de janeiro, confirmaram que o Município de Pará de Minas enfrenta alto risco de infestação do mosquito. A cidade está enquadrada em situação de risco, conforme parâmetros do Ministério da Saúde.
Os Agentes de Combate a Endemias (ACEs) visitaram 2.170 imóveis na área urbana de Pará de Minas. O resultado do LIRAa revelou o percentual de 7,5% de infestação do mosquito transmissor da Dengue e outras arboviroses.
O LIRAa anterior realizado entre os dias 5 e 8 de novembro de 2024 apontou um índice de 2,5%. Ou seja, em dois meses o índice de infestação saltou de 2,5% para 7,5%, um aumento de 200% em um prazo aproximado de 60 dias.
O chefe de Vigilância Ambiental, Douglas Felipe de Carvalho Duarte, repassa detalhes sobre o resultado preocupante do LIRAa, mas que servirá de base para o desenvolvimento de estratégias de combate ao mosquito. Também citou algumas regiões mais infestadas pelo mosquito transmissor da Dengue e outras doenças:
Douglas Felipe de Carvalho Duarte
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Nesta época em que são frequentes as pancadas de chuva, intercaladas com período de sol forte, o ambiente fica propício para o surgimento de novos focos do mosquito Aedes aegypti. Para piorar, muitas pessoas não recebem os Agentes de Combate a Endemias durante as visitas periódicas feitas ás residências:
Douglas Felipe de Carvalho Duarte
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Ele também confirma os locais onde foram encontrados mais focos do Aedes aegypti nos imóveis, como em bebedouros de animais, caixas d’água e bromélias, entre outros:
Douglas Felipe de Carvalho Duarte
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É fato que nesta guerra contra a Dengue, além de a população paraminense cobrar ações do poder público, é preciso que os cidadãos façam sua parte e cuidem de seus quintais, tirando pelo menos 10 minutos por semana, para vistoriar seus imóveis. Devem eliminar qualquer recipiente que possa manter água parada, o que facilita a proliferação do Aedes aegypti.
Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação
O diretor de Vigilância em Saúde, Adilson José Batista, afirma que as ações de combate ao mosquito, como os mutirões de limpeza, continuarão sendo realizadas e convoca o povo paraminense para mais essa batalha na guerra contra o Aedes aegypti:
Adilson José Batista
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Anualmente o Município de Pará de Minas realiza quatro ciclos do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e o primeiro de 2025 apresentou índice de infestação de 7,5%.
Para reforçar o quanto isso é preocupante, o Ministério da Saúde preconiza, como índice satisfatório, até 0,9% de infestação. Entre 1 e 3,9% a situação é de alerta e superior a 4% há risco de surto, o que é o caso de Pará de Minas neste momento.
Outro ponto a ser considerado e muito sério, é o fato de Município de Pará de Minas ter registrado em 2024 cerca de 13 mil casos de Dengue e Febre Chikungunya, resultando em 10 mortes por Dengue e outra sendo investigada, além de três mortes causadas pela Febre Chikungunya.
Em 2024, Pará de Minas enfrentou a sexta epidemia de Dengue e a primeira de Febre Chikungunya.
Veja dicas para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Febre Chikungunya e outras arboviroses:
10 Minutos contra o Aedes
Com apenas uma ação semanal é possível interromper ○ ciclo de vida do mosquito
O mosquito Aedes aegypti vive dentro e ao redor das nossas casas. A fêmea espalha seus ovos por muitos lugares. Para garantir a saúde da sua família e vizinhos, é necessário fazer uma ação semanal de apenas 10 minutos nos locais onde ele costuma colocar seus ovos.
O Aedes é oportunista: ele coloca seus ovos em locais inesperados. Por isso, também verifique outros locais que podem acumular água.
A caixa d’água totalmente vedada evita a entrada de mosquitos.
Calhas limpas, sem folhas e sujeira, evitam o acúmulo de água.
Galões, tonéis, poços, latões e tambores devem ser totalmente vedados, inclusive aqueles usados para água de consumo.
Os objetos que podem acumular água devem ser eliminados. Se isso não for possível, pneus devem ser guardados em locais cobertos e, as garrafas vazias, armazenadas com a boca para baixo.
Ralos limpos e com aplicação de tela evitam a formação de criadouros.
Nos quintais e áreas de serviço, baldes virados com a boca para baixo evitam o acúmulo de água.
Bandejas de ar-condicionado limpas impedem o acúmulo de água. Outra opção é descartar a bandeja.
Alguns modelos de geladeira possuem bandejas que podem acumular água. A recomendação é secar semanalmente.
Sempre que possível os pratos dos vasos de plantas devem ser eliminados. Como alternativa, os pratos podem ser completamente preenchidos de areia ou lavados semanalmente com bucha.
Vasos sanitários fora de uso ou de uso eventual devem ser tampados.
Esfregar com a parte áspera da esponja o fundo e as laterais dos potes de água dos animais (cachorro, gato, pássaros, entre outros).
Lonas usadas para cobrir objetos ou entulho bem esticadas evitam a formação de poças d’água.
Piscinas e fontes devem ser limpas e tratadas com produtos químicos específicos.
O controle do mosquito também depende de ações fundamentais dos governos, como a coleta regular de lixo e o abastecimento adequado de água.
Por que agir uma vez por semana?
O ciclo de vida do Aedes, do ovo até a fase adulta, leva de 7 a 10 dias. Se a verificação e eliminação dos criadouros for realizada uma vez por semana, podemos interromper o ciclo e evitar o nascimento de novos mosquitos.
O ovo do Aedes aegypti é bem escuro e menor que um grão de areia. E depositado pela fêmea do mosquito nas paredes dos criadouros, próximo à superfície d’água, em recipientes ou estruturas artificiais (fabricados pelo homem). Cada ovo pode durar até 1 ano em ambiente seco.
As larvas nascem a partir dos ovos. Elas vivem na água e não gostam de luz forte. Por isso, ao abrir a caixa d’água, por exemplo, elas fogem para cantos sombreados e fica difícil enxergar.
Agindo uma vez por semana impedimos que os ovos se transformem em mosquitos adultos, capazes de transmitir os vírus que causam Dengue, Zika e Chikungunya.
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