Igreja evangélica de Pará de Minas divulga venda de semente para curar COVID-19 e será notificada pelo Procon

O Procon Municipal de Pará de Minas vai notificar uma igreja evangélica localizada no bairro Nossa Senhora de Lourdes em Pará de Minas, após seus representantes veicularem no canal do Youtube da igreja a venda de uma semente. Segundo o Procon aparentemente trata-se de feijão que contém propriedades “terapêuticas e medicinais não comprovadas cientificamente, utilizando-se, inclusive, de expedientes ambíguos e implícitos capazes de induzir o consumidor em erro, insinuando que a semente agiria na recuperação e cura de doença respiratória aguda grave como a Covid-19 e por destacar a cura de pessoa em estado terminal, gravíssimo”.

O documento obtido com exclusividade pelo Portal GRNEWS detalha ainda os valores de comercialização da semente, variando entre R$ 100,00, R$ 200,00, R$ 500,00 e até R$ 1 mil.

De acordo com o Procon, a comercialização é abusiva pois se baseia em “depoimentos de supostos consumidores (isto é, fiéis) que oferecem relatos de que encontraram verdadeira cura para seus problemas de saúde com o uso da semente”. Para o órgão, as falas de pessoas possivelmente curadas, podem levar consumidores a crer em propriedades que a semente não tem.

Com tal propaganda, o Pastor aproveita-se da fraqueza e ignorância do consumidor que muitas vezes passa por situação de problema de saúde semelhante às relatadas e não tem como avaliar cientificamente o que é verdadeiro ou não com relação às benesses atribuídas à semente, deixando-se levar pela “credibilidade” vislumbrada no aval dado pelos depoimentos e pelo bordão “Sê tu uma bênção”, direcionando o consumidor para que comprove por ele mesmo os benefícios, já que o produto cura, frisando, “até mesmo a doença causada pelo novo Coronavírus””, pontuou o coordenador do Procon Bruno Soares de Souza, quem assina o documento.

Baseado em publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Código de Defesa do Consumidor, o Procon deu prazo à igreja de 10 dias para que esclareça e comprove cientificamente, por meio idôneo, que a semente vendida realmente “cura ou previne com eficácia comprovada a doença provocada pela pandemia do novo coronavírus”.

A resposta pode ser enviada por e-mail para o Procon e caso não cumpra o prazo da notificação, a igreja poderá sofrer sanções administrativas.

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