A jornada climática mundial da Eco 92 no Rio a COP30 Belém em 2025
No dia 10 de novembro, Belém, capital do Pará, se tornará o palco da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O retorno do evento ao Brasil é um marco histórico, revisitando o país onde, em 1992, foi lançado o primeiro tratado internacional para a cooperação no enfrentamento do desafio climático.
A cúpula deste ano ocorre em um cenário de emergência climática e em meio a crises geopolíticas, como a do multilateralismo. Conforme destacou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, “neste momento de crise, as Nações Unidas nunca foram tão essenciais.”
O berço da cooperação climática
O ponto de partida para a ação global se deu na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco92, realizada no Rio de Janeiro. Naquele ano, foi formalizado o primeiro tratado para que nações de diferentes culturas e realidades cooperassem em torno de um problema que afeta a todos.
Desde 1988, a Organização Mundial de Meteorologia e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente já alertavam sobre as mudanças no regime climático. A compreensão das causas e dos futuros impactos foi consolidada após a criação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), que analisa pesquisas científicas de todo o mundo.
O primeiro relatório do IPCC levou à instituição, em dezembro de 1990, do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC), cujo foco era estabelecer compromissos, metas e calendários para combater as emissões de gases de efeito estufa. Desse esforço nasceu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), o tratado lançado na Eco92 e que deu início à trajetória das COPs.
A evolução dos acordos anuais
Com a adesão de 196 países, a UNFCCC entrou em vigor e estabeleceu encontros anuais de avaliação (as Conferências das Partes – COPs) para que o tratado fosse revisado e as políticas públicas fossem replicadas e adaptadas às realidades de cada nação.
A primeira COP ocorreu em Berlim, Alemanha, em 1995. Desde então, a Convenção do Clima foi sendo moldada e aperfeiçoada com novos mecanismos financeiros, compromissos e responsabilidades diferenciadas para os países. Entre os instrumentos que mais transformaram o tratado original estão o Protocolo de Quioto, o Acordo de Paris, o Livro de Regras do Acordo de Paris e o Balanço Global.
Abaixo, a lista com os locais das COPs e alguns dos acordos mais relevantes:
1ª – Berlim, Alemanha (1995) – Mandato de Berlim
2ª – Genebra, Suíça (1996)
3ª – Quioto, Japão (1997) – Protocolo de Quioto
4ª – Buenos Aires, Argentina (1998)
5ª – Bonn, Alemanha (1999)
6ª – Haia, Holanda (2000) – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
7ª – Marraquexe, Marrocos (2001) – Acordos de Marraquexe
8ª – Deli, Índia (2002)
9ª – Milão, Itália (2003) – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
10ª – Buenos Aires, Argentina (2004) – Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa
11ª – Montreal, Canadá (2005)
12ª – Nairóbi, Quênia (2006)
13ª – Bali, Indonésia (2007)
14ª – Posnânia, Polônia (2008)
15ª – Copenhague, Dinamarca (2009) – Acordo de Copenhague
16ª – Cancún, México (2010)
17ª – Durban, África do Sul (2011) – Fundo Verde para o Clima
18ª – Doha, Catar (2012) – Convenção de Doha
19ª – Varsóvia, Polônia (2013)
20ª – Lima, Peru (2014)
21ª – Paris, França (2015) – Acordo Paris
22ª – Marraquexe, Marrocos (2016)
23ª – Bonn, Alemanha (2017) – Powering Past Coal Alliance e Plano de Ação de Gênero
24ª – Katowice, Polônia (2018)
25ª – Madri, Espanha (2019)
26ª – Glasgow, Escócia (2021) – Livro de Regras do Acordo Paris e Mercado de Carbono (Artigo 6)
27ª – Sharm El Sheikh, Egito (2022)
28ª – Dubai, Emirados Árabes (2023) – Balanço Global
29ª – Baku, Azerbaijão (2024)
30ª – Belém, Brasil (2025)
Com informações da Agência Brasil


