Desafios logísticos e calendário de debates da COP30 em Belém
Faltando cerca de três meses para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a cidade de Belém, no Pará, se prepara para receber um dos maiores eventos globais sobre o clima. Enquanto a expectativa sobre os compromissos ambientais aumenta, a organização do evento enfrenta desafios logísticos, especialmente em relação à hospedagem e infraestrutura.
Disputa por hospedagem e a posição do governo
A questão dos preços de hospedagem em Belém tem gerado polêmica, com alguns países pressionando por soluções ou até mesmo a transferência da conferência, o que foi prontamente descartado pelo governo federal. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou os valores de hospedagem como “absurdo” e “achaque”. Em resposta, o ministro do Turismo, Celso Sabino, garantiu que o diálogo com o setor hoteleiro está surtindo efeito e que haverá acomodações justas para todas as delegações.
Belém espera receber cerca de 50 mil pessoas e já conta com mais de 53 mil leitos disponíveis. Além disso, o governo disponibilizou uma plataforma com 2,7 mil quartos e 2,5 mil quartos individuais para países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares, com o objetivo de assegurar que a conferência seja “super inclusiva”, como defende o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago.
Calendário de debates e eixos temáticos
A presidência da COP30 divulgou o calendário oficial dos Dias Temáticos, que contarão com mais de 30 temas para que os participantes possam contribuir com soluções climáticas em áreas específicas. Os debates serão organizados em duas áreas (Zona Azul e Zona Verde) e seguirão seis eixos principais da Agenda de Ação da COP30, que incluem: Energia, Florestas, Agricultura, Cidades, Desenvolvimento Humano e Questões Transversais. A programação tem como objetivo convidar cientistas, ativistas, empresários e outros atores a se unirem em uma “ação coletiva”, como afirmou a diretora executiva da COP30, Ana Toni.
Saúde pública: o SUS presente na COP30
O Sistema Único de Saúde (SUS) também fará parte da infraestrutura do evento. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que os serviços de saúde estarão disponíveis em todos os três níveis de complexidade. Além de melhorias em oito Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade, serão montados postos de atendimento médico temporários no local do evento. O monitoramento da saúde na COP30 será feito em cooperação entre os governos federal, estadual e municipal, seguindo um modelo de sucesso já utilizado em grandes eventos no país, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Com informações da Agência Brasil