Chegada da menopausa aumenta risco de doenças cardiovasculares

Quando as mulheres entram na menopausa, que ocorre aproximadamente a partir dos 45 anos de idade, marcando o início da suspensão definitiva da menstruação, o corpo deixa de produzir estrogênio e progesterona, hormônios do ciclo menstrual. A falta desses hormônios pode aumentar o risco do aparecimento de doenças cardiovasculares. Conforme dados do HCor – Hospital do Coração de São Paulo, no período do climatério há um crescimento de 30% no número de casos de infarto e cirurgias cardíacas em mulheres.

“A falta de estrogênio no corpo da mulher tem um impacto muito grande no coração, pois é um hormônio que está diretamente ligado a dilatação dos vasos sanguíneos, fazendo com que a veia tenha um bom fluxo de sangue e também auxilia na proteção das artérias”, comentou Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

A hipertensão arterial, que pode aumentar o risco de AVC hemorrágico ou isquêmico, a doença arterial coronária, que pode reduzir ou bloquear a passagem de sangue para o coração e a insuficiência cardíaca, são doenças que aparecem após a menopausa. Além destas patologias, acontece uma mudança na distribuição de gordura corporal da mulher, que aumenta o risco das doenças cardiovasculares e também de diabetes.

Os dados do HCor ainda apontam que no climatério 40% das mulheres apresentam aumento da circunferência abdominal, conhecida como gordura androide, relacionada a doenças do coração. Mais de 20% fumam, 18% são ex-fumantes, 23% têm seus níveis de pressão arterial acima do recomendado, 21% possuem alteração dos níveis de colesterol e 15% são diabéticas.

Para Pires, existem alguns sinais que o corpo indica quando problemas cardíacos estão se desenvolvendo. “O nosso próprio corpo tenta nos avisar quando há algo de errado, neste caso ele apresenta batimentos cardíacos acelerados, ganho de peso, aumento de colesterol e pressão arterial e o aparecimento de diabetes, que pode ser reconhecida pela sede constante e cansaço”, explicou. “No período da menopausa as mulheres devem tomar ainda mais cuidado e estar atentas aos sinais, principalmente aquelas com histórico familiar de doenças cardiovasculares e autoimunes”, completou o cirurgião cardiovascular.

Existem algumas formas de prevenção, como a prática de exercícios físicos, que ajudam na circulação sanguínea, alimentação saudável, evitar o tabaco e estresse, estes são alguns hábitos que podem fazer a diferença. Mesmo com todas essas medidas, o acompanhamento médico periódico é essencial e não deve ser deixado para ser feito de última hora, quando já houver um acúmulo de sintomas. Com informações da Assessoria de Comunicação do cirurgião cardiovascular Élcio Pires Júnior.

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