Projeto viabiliza desassoreamento de 22 lagoas em Pará de Minas e número pode aumentar em 2017
A escassez de água continua preocupando autoridades e principalmente a população. As mudanças climáticas dos últimos anos afetaram drasticamente os mananciais e o abastecimento de diversos municípios.
Curta a página do Portal GRNEWS no Facebook Siga o Portal GRNEWS no twitter
As chuvas passaram a ser mais torrenciais e dessa forma fica difícil a infiltração na terra. O reabastecimento dos lençóis freáticos e das nascentes fica comprometido e o recurso hídrico não fica retido.
As bacias hidrográficas, até mesmo do Rio São Francisco, sofrem com o baixo volume de água. Para amenizar o problema a Associação Amigos do Meio Ambiente (Ama Pangéia) vem desenvolvendo um importante projeto em Pará de Minas.
Os proprietários rurais fizeram um cadastro para que fossem desassoreadas lagoas existentes em suas propriedades. Essas lagoas retêm as enxurradas e fazem a água da chuva se infiltrar no solo.
As águas recarregam o lençol freático, que fica com o nível mais elevado. Além de aumentar a disponibilidade de água na região, preserva o terreno, já que ao conter as enxurradas, evita a erosão na propriedade.
A proposta surgiu em 2014 como alternativa de preservar as nascentes, em uma parceria que envolvia Sindicato Rural Patronal de Pará de Minas, Associação Amigos do Meio Ambiente (Ama Pangéia) e o Ministério Público do Meio Ambiente.
A proposta já saiu do papel em 2015 e as obras começaram na comunidade de Sobrado. O objetivo é retirar as taboas e construir lagoas para acumular água. A taboa consome muita água, e com a retirada das plantas, a vazão nas nascentes aumenta.
O trabalho é realizado em parceria com o produtor rural, que paga a metade dos custos e a outra metade é custeada pelos parceiros, sendo trabalho gerenciado pela Ama Pangéia.
Um dos principais desafios do projeto era o local apropriado para descartar o material retirado dos mananciais. Assim as taboas são colocadas na cabeceira do açude ou lagoa, ajudando a escorar a barragem. O tempo de trabalho depende do tamanho da obra.
O biólogo José Hermano de Oliveira Franco, gerente da Ama Pangéia, informa que a etapa de 2016 está chegando à fase final. Ele diz que 22 lagoas foram desassoreadas e estão auxiliando na recuperação da captação de água do Córrego dos Paivas:
José Hermano de Oliveira Franco
barraginhasjosehermanofranco1
Depois de aproximadamente mil horas/máquina de trabalho para o desassoreamento das lagoas, algumas comunidades de Pará de Minas foram atendidas e muitos proprietários de terrenos na zona rural estão mais conscientes quanto à importância do projeto:
José Hermano de Oliveira Franco
barraginhasjosehermanofranco2
Apesar da expectativa de aumentar o número de lagoas a serem desassoreadas em 2017, José Hermano de Oliveira Franco não falou quando o projeto será retomado, nem a região que será contemplada no próximo ano.
Portal GRNEWS © Todos os direitos reservados.