Mercado de trabalho alcança maior exuberância em 30 anos afirma presidente do Banco Central
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou ontem (6) que o mercado de trabalho no Brasil está no seu ponto mais “exuberante” das últimas três décadas. A declaração foi feita durante uma palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
Galípolo destacou a robustez dos indicadores atuais, sugerindo que o país pode estar em uma situação de pleno emprego. “A massa salarial e o rendimento médio real têm uma alta bastante acentuada nesse sentido. Então acho que é difícil dizer que a gente não tem, provavelmente, o mercado de trabalho mais exuberante que a gente viu nas últimas três décadas”, disse o presidente do BC.
Desafio da produtividade para conter a inflação
Apesar do otimismo com o emprego, Galípolo ressaltou que para o país manter o crescimento sem gerar pressões inflacionárias, é essencial que essa expansão seja impulsionada por um aumento de produtividade. Ele enfatizou a necessidade de uma produtividade que garanta a sustentabilidade e a longa duração desse ciclo de crescimento.
Inflação acima da meta preocupa o BC
O presidente do Banco Central reiterou que a manutenção de uma taxa de juros elevada (Selic) se deve à necessidade de combater as pressões inflacionárias. Ele lembrou que, em abril, 57% dos itens que compõem o IPCA estavam com aumentos superiores ao dobro da meta de inflação.
Galípolo manifestou preocupação com as expectativas do mercado financeiro, consolidadas no Boletim Focus, que não preveem o retorno da inflação à meta do BC em nenhum horizonte, nem mesmo até 2028.
“A gente não vê a inflação na meta em nenhum dos horizontes, nem até 2028, pelas expectativas do Focus. É óbvio que o BC tem suas próprias projeções. E a gente incorpora todas essas projeções. Dentro das expectativas do Focus e dentro das nossas projeções, esse é um indicativo de bastante incômodo”, complementou. Com informações da Agência Brasil


