Saúde apresenta protocolo com medidas a serem adotadas em pacientes com Mpox em Pará de Minas. Veja a íntegra

O Brasil registrou 945 casos confirmados ou prováveis de Mpox nos primeiros oito meses de 2024. O número supera o total de casos notificados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizados 853 casos. Há ainda 264 casos suspeitos da doença.

Ainda de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por meio de informe semanal, a região Sudeste concentra a maior parte dos casos de Mpox no Brasil, com 80,7% ou 763 do total de casos. Os maiores quantitativos de casos estão em São Paulo (487 ou 51,5%), Rio de Janeiro (216 ou 22,9%), Minas Gerais (52 ou 5,5%). Não houve registro de casos confirmados ou prováveis no Amapá, em Tocantins e no Piauí.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também vem alertando sobre o aumento de casos no mundo. A preocupação é tanto que a OMS decretou emergência em saúde pública de importância internacional, devido aos casos de Mpox.

A Secretaria Municipal de Saúde não registrou nenhum caso suspeito ou confirmado da doença em Pará de Minas. Mesmo assim a equipe está atenta ao cenário e registros de casos de Mpox.

E conforme recomendação do Ministério da Saúde, compartilhou com a rede de saúde do município, uma nota informativa, abordando protocolos de atendimento em pacientes com Mpox, como destaca a secretária municipal de Saúde, Ana Clara Teles Meytre:


Ana Clara Teles Meytre
mpoxana1

A presidente da Comissão de Emergências em Saúde Pública, Viviane Cristina de Carvalho fala sobre a capacitação de toda a equipe para a identificação do paciente com Mpox e quanto aos sintomas e atendimento inicial, conforme o protocolo definido pelo Ministério da Saúde:

Viviane Cristina de Carvalho
mpoxviviane1


Ela acrescenta que a testagem de caso suspeito será realizada na pessoa em isolamento domiciliar pela equipe de Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), por meio de coleta de material do paciente:

Viviane Cristina de Carvalho
mpoxviviane2

“Secretaria Municipal de Saúde

Nota Informativa Nº 12/2024

Responsáveis: Ana Clara Teles Meytre – Secretária Municipal de Saúde, Vigilância em Saúde, Atenção Primária à Saúde e Comissão Técnica de Enfrentamento às Emergências em Saúde.

Assunto: Estratégias de contenção, controle e orientações assistenciais, epidemiológicas e laboratoriais para a gestão da emergência – Mpox.

O atendimento inicial deve ser realizado, preferencialmente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), visando identificar casos suspeitos e prováveis de MPX. A Atenção Primária à Saúde (APS), enquanto coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, deve assumir papel central nas ações de identificação, notificação e contenção de casos de MPX no território.

A APS deve estar organizada para acolher e classificar Considerando o Plano de Contingência Nacional para Mpox:

São objetivos desta Nota Informativa:

_ Orientar as equipes na definição dos casos e manejo adequado.

Assistência à Saúde

O risco dos indivíduos com sinais e sintomas de MPX. Essa classificação é dinâmica e consiste em identificar o risco/vulnerabilidade do usuário, considerando as dimensões do adoecer, e, dessa forma, orientar, priorizar e decidir sobre os encaminhamentos necessários para esses usuários.

Embora a APS seja a principal porta de entrada para os serviços de saúde, casos de MPX podem ser inicialmente identificados também no âmbito da atenção especializada. Desta forma, todos os profissionais de saúde devem estar capacitados a identificar um caso suspeito, assim como todos os serviços de saúde devem estar organizados para realizar atendimento, diagnóstico, assistência dos casos, planejamento das medidas de prevenção e seguir fluxos visando minimizar o risco de disseminação da doença.

A organização dos fluxos deve ocorrer conforme a realidade local, bem como a integração entre os diferentes serviços necessários para a identificação, notificação, manejo e contenção da doença.

  1. Definição de caso:

Caso suspeito:

Indivíduo de qualquer idade que apresente início súbito de lesão em mucosas E/OU erupção cutânea aguda sugestiva de Mpox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital/perianal, oral) E/OU proctite (por exemplo, dor anorretal, sangramento), E/OU edema peniano, podendo estar associadas a outros sinais e sintomas.

Lesões profundas e bem circunscritas, muitas vezes com umbilicação central; e progressão da lesão através de estágios sequenciais específicos: máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas.

Caso provável

Caso que atende à definição de caso suspeito, que apresenta um OU mais dos seguintes critérios listados abaixo, com investigação laboratorial de Mpox não realizada ou inconclusiva e cujo diagnóstico de Mpox não pode ser descartado apenas pela confirmação clínico laboratorial de outro diagnóstico:

  1. Exposição próxima e prolongada, sem proteção respiratória, OU contato físico direto, incluindo contato sexual, com parcerias múltiplas e/ou desconhecidas nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; E/OU
  2. Exposição próxima e prolongada, sem proteção respiratória, OU história de contato íntimo, incluindo sexual, com caso provável ou confirmado de Mpox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; E/OU
  3. Contato com materiais contaminados, como roupas de cama e banho ou utensílios de uso comum, pertencentes a um caso provável ou confirmado de Mpox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; E/OU
  4. Trabalhadores de saúde sem uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI) com história de contato com caso provável ou confirmado de Mpox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas. (óculos de proteção ou protetor facial, avental, máscara cirúrgica, luvas de procedimentos.)

Caso confirmado

Caso suspeito com resultado laboratorial "Positivo/Detectável" para Mpox vírus (MPXV) por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).

Caso descartado

Caso suspeito com resultado laboratorial "Negativo/Não Detectável" para Mpox vírus (MPXV) por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).

Grupos vulneráveis

São considerados grupos vulneráveis pessoas imunossuprimidas, gestantes e crianças.

Transmissão

A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, as lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva. As pessoas que possuem contato íntimo, membros da família e parceiros sexuais, correm maior risco de infecção, assim como profissionais de saúde. O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias (OPAS, 2022, BRASIL, 2022b).

Comunicação e Notificação de casos:

A comunicação de casos (suspeitos, confirmados e prováveis) é imediata e deve ser realizada pelo telefone ou Whatsapp 3236-4909, Vigilância Epidemiológica Municipal. Após a discussão e definição de caso suspeito, o profissional deverá preencher a planilha online presente no link: https://form-monkeypox-sms-pm.netlify.app/ , este link também está disponível na página da APS: https://sites.google.com/view/aps-par-de-minasmg/atendimento- sentinela?authuser=0

Diagnóstico Clínico:

A suspeição do diagnóstico de MPX deve ser feita com dados obtidos pela anamnese e pelos achados clínicos, com destaque à identificação de vínculo epidemiológico, conforme a definição de caso suspeito e provável. Geralmente, após o contato com o MPXV, o paciente apresenta:

_ Período de incubação: varia de cinco a 21 dias, permanecendo assintomático.

_ Pródromo: varia de um a cinco dias, cujos sinais e sintomas mais comuns são febre, adenomegalia, mialgia, cefaléia e astenia (ressalta-se que sintomas prodrômicos não são obrigatórios).

_ Erupções cutâneas: lesões profundas e bem circunscritas, muitas vezes com umbilicação central; e progressão da lesão por meio de estágios sequenciais específicos – máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas.

As lesões são frequentemente descritas como dolorosas até a fase de cicatrização, quando começam a apresentar prurido. Devem ser diferenciadas de outras doenças com manifestações mucocutâneas, como varicela zoster ou infecções sexualmente transmissíveis (IST). É importante salientar que a MPX pode evoluir na presença de outras doenças, as quais devem ser investigadas.

As lesões cutâneas ou mucosas podem ser únicas e, quando múltiplas, podem evoluir de maneira não uniforme. Os sinais e sintomas prodrômicos podem estar ausentes ou iniciarem após as lesões mucocutâneas.

É importante ressaltar que, no contexto atual, os seguintes sinais e sintomas podem ser encontrados como manifestações clínicas iniciais:

_ Dor anal

_ Proctite

_ Uretrite

_ Edema peniano

_ Retenção urinária

Contudo, a MPOX pode ser diagnosticada em indivíduos de qualquer idade, de qualquer gênero, independentemente do comportamento sexual.

Diagnóstico diferencial

O MPOX às vezes pode ser confundido com outras doenças que são mais comumente encontradas na prática clínica (por exemplo, sífilis secundária, herpes e varicela zoster).

Historicamente, relatos esporádicos de pacientes coinfectados com o vírus Monkeypox e outros agentes infecciosos (por exemplo, varicela zoster, sífilis) foram relatados, portanto, pacientes com erupção cutânea característica devem ser considerados para testes, mesmo que outros testes sejam positivos.

Para fins de classificação se considera exposição próxima e prolongada sem proteção respiratória; contato físico direto, incluindo contato sexual, mesmo com uso de preservativo; ou contato com materiais contaminados, como roupas ou roupas de cama.

Diagnóstico laboratorial:

Exames laboratoriais devem ser solicitados pela equipe assistencial para todos os casos suspeitos de MPX.

A testagem de contatos assintomáticos não é recomendada, excetuando-se gestantes e recém-nascidos (conforme tópicos “recomendação para MPX no ciclo gravídico-puerperal” e “cuidados com o recém-nascido de mulheres com MPX”).

O diagnóstico laboratorial é realizado por detecção molecular do vírus por reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR). O número de amostras depende das manifestações clínicas do paciente:

  • Para erupções cutâneas ou lesões de mucosa: dois a três swabs de sítios distintos
  • Para crostas: quatro ou mais crostas ou fragmentos de crostas As amostras deverão estar de acordo com as recomendações de coleta e devidamente identificadas com nome completo do paciente (sem abreviações), data de nascimento e data da coleta e em acordo com as recomendações de transporte de amostras descritas a seguir.

O profissional solicitante deverá preencher a ficha de notificação impressa e entregar a via original junto as amostras para o Laboratório Municipal, localizado na UBS Nossa Senhora da Piedade.

O Laboratório Municipal encaminhará as amostras com xerox das fichas de notificação e o cadastro do GAL para o Serviço de Gerenciamento de Amostras Biológicas (SGAB) na Fundação Ezequiel Dias (FUNED).

Considerando que as erupções características podem ser confundidas com outras infecções como a sífilis, orienta-se que seja realizada a testagem rápida para sífilis e para HIV como parte da investigação laboratorial dos indivíduos que apresentem erupção cutânea aguda sugestiva.

Coleta das amostras

Realizada pela equipe de enfermagem EMAD-COVID e SAD, após discussão do caso pelo médico assistente com a Vigilância Epidemiológica Municipal (3236-4909) e definição de

caso suspeito. A coleta será agendada após o preenchimento do formulário: https://formmonkeypox-sms-pm.netlify.app/

O kit para a coleta das amostras estará disponível no Laboratório Municipal na UBS Nossa Senhora da Piedade onde também deverá ser entregue a amostra após colhida, para sua destinação final.

Orientação para coleta das amostras:

Amostras para PCR (Diagnóstico específico para Monkeypox)

Secreção de vesículas:

O ideal é a coleta na fase aguda ainda com pústulas vesiculares. É quando se obtém carga viral mais elevada na lesão. As amostras de secreção de vesículas deverão ser coletadas com swabs estéreis de nylon, poliéster, Dacron ou Rayon. Não utilizar swab de algodão para esta coleta.

Coletar duas amostras (dois swabs) de lesões distintas, que deverão ser acondicionadas em um único tubo contendo meio de transporte viral (MTV) e devidamente identificado. Também pode-se puncionar com seringa o conteúdo da lesão e transferir a secreção para um tubo estéril com tampa. Verificar se o tubo está bem vedado para evitar derramamento.

NÃO deverão ser encaminhadas amostras dentro de seringas com agulhas, devido ao risco de acidente com material pérfuro cortante.

Amostra de vesícula aberta (colhida por swab):

_ Identificar o tubo contendo MTV com nome completo do paciente, nome do material, e data de coleta;

_ Com auxílio de um swab estéril, recolher a secreção da região mais profunda da lesão, esfregando vigorosamente a lesão, evitando áreas de necrose;

_ Introduzir o swab no tubo, de forma que a ponta de rayon fique mergulhada no meio MTV. Tampar o tubo verificando se está bem vedado para evitar derramamento.

_ Devem ser colhidos 2 swabs, coletados de vesículas distintas. Os 2 swabs devem ser inseridos no mesmo tubo.

Crostas:

Quando o paciente é encaminhado para coleta em fase mais tardia na qual as lesões já estão secas, o material a ser coletado são crostas das lesões.

_ Identificar o tubo seco e estéril com nome completo do paciente, nome do material (crostas), e data de coleta;

_ Selecionar preferencialmente as crostas menos secas, ou seja, coletar aquelas em fase mais inicial de cicatrização, pois a chance de detecção de genoma viral ou da partícula viral é maior;

_ Coletar as crostas de pelo menos duas lesões com auxílio de uma pinça ou bisturi;

_ Após a coleta, colocar todas as crostas no mesmo tubo SEM líquido preservante.

Tampar o tubo verificando se está bem vedado.

Medidas gerais de precaução para a Rede de Atenção à Saúde – RAS, Unidades hospitalares e Isolamento Domiciliar.

No momento do acolhimento, recomenda-se que o paciente com suspeita de MPX receba uma máscara cirúrgica, com orientação quanto à forma correta do seu uso, e seja conduzido para uma área separada dos outros usuários, se possível, enquanto aguarda a consulta médica.

Durante o atendimento de casos suspeitos, prováveis ou confirmados de MPX na RAS, os trabalhadores de saúde devem seguir, além das medidas de precaução padrão, medidas para contato e gotículas. Devido ao risco de transmissão da doença, destaca-se a necessidade de manter esses casos em ambientes isolados.

Caso não seja possível o isolamento, o paciente deve:

_ Utilizar máscara cirúrgica.

_ Cobrir as lesões.

_ Seguir o distanciamento mínimo de um metro dos demais pacientes.

Dessa forma, os serviços de saúde devem:

_ Identificar rapidamente um caso suspeito;

_ Reduzir exposição de outros usuários (evitar ao máximo fluxo cruzado com os ambientes que fazem assistência de população vulnerável)

_ Procedimentos de controle do acesso de trabalhadores de saúde e, quando autorizados, visitantes nos ambientes de isolamento

_ Procedimentos seguros para a paramentação e desparamentação

_ Procedimentos para o adequado processamento, acondicionamento e transporte de roupas/artigos/equipamentos e outros produtos utilizados na assistência

_ Procedimentos de rotina de limpeza e desinfecção concorrente e terminal das áreas e de superfícies

_ Gerenciamento dos resíduos sólidos.

EPIS recomendados para os profissionais de saúde:

_ Máscaras cirúrgicas;

_ Óculos,

_ Luvas descartáveis;

_ Avental.

Para Unidades pré-hospitalares e hospitalares organizar o acesso da entrada no ambiente de isolamento, sendo assim disponibilizados:

_ Condições para higiene das mãos: dispensador de preparação alcoólica a 70% e lavatório/pia com dispensador de sabonete líquido, suporte para papel toalha, papel toalha, lixeira impermeável, lavável e com tampa com abertura sem contato manual;

_ Equipamento de Proteção Individual (EPI) apropriado;

_ Mobiliário para guarda de EPI e recipiente apropriado para descarte dos referidos equipamentos de proteção individual.

Ressalta-se que os profissionais de saúde devem remover cuidadosamente o avental e as luvas após cada atendimento, não sendo permitido o uso de um mesmo avental e das mesmas luvas para atendimento de mais de um paciente. Sempre, após a remoção desses EPI, deve-se realizar a higiene das mãos.

Para os casos descartados de MPX, as precauções devem ser ajustadas e devem ser adotadas as medidas de prevenção de acordo com a forma de transmissão da doença diagnosticada.

Todos os instrumentos utilizados nesses pacientes devem ser limpos e desinfetados ou esterilizados (de acordo com a sua finalidade) antes e após o uso. Nos casos de pacientes hospitalizados, sempre que possível, equipamentos, como estetoscópios, esfigmomanômetro e termômetros, devem ser de uso exclusivo para atendimento desses pacientes.

Os pacientes e acompanhantes devem ser orientados a não compartilhar pratos, copos, talheres, toalhas, vestuário, roupas de cama ou outros itens com outras pessoas.

Recomenda-se a adoção de medidas administrativas para evitar aglomeração nas áreas comuns, como refeitórios, copas, lanchonetes e salas de descanso/repouso; considerar instalação de marcações e sinalizadores para o controle do distanciamento entre trabalhadores da saúde, pacientes e acompanhantes no âmbito dos espaços em que são prestados os serviços de saúde.

Recomenda-se que os procedimentos de limpeza e desinfecção das superfícies, das mobílias e dos ambientes sejam realizados após cada atendimento, utilizando os produtos saneantes devidamente regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguindo as orientações do fabricante quanto à concentração, ao tempo de contato e ao cuidado no manuseio do produto.

Paciente em isolamento no domicílio
O paciente deverá permanecer em isolamento, quando possível, em quarto/ambiente ventilado e em cama separada, ou manter distanciamento de pelo menos 1m.

Demais medidas também devem ser adotadas, tais como:

_ Utilizar máscara (trocando quando úmidas ou danificadas), protegendo as lesões (usando camisas com mangas compridas e calças);

_ Limpar frequentemente (mais de uma vez por dia) as superfícies que são frequentemente tocadas com solução contendo água sanitária, incluindo o banheiro;

_ Roupas pessoais, roupas de cama e roupas de banho do paciente não devem ser sacudidas e nem reutilizadas por outras pessoas, devem ser lavadas separadamente, com sabão comum e água entre 60 e 90°C. Na indisponibilidade de água aquecida, pode ser utilizada solução contendo água sanitária;

_ Realizar higiene das mãos antes de ir ao banheiro, de cozinhar ou se alimentar, ou sempre que necessário;

_ Usar toalha descartável ou trocar as de tecido sempre que estiverem úmidas, na impossibilidade da lavagem das mãos, utilizar álcool 70%;

_ Não compartilhar talheres, os quais, devem ser lavados com água entre 60-90°C e sabão comum. Na indisponibilidade de água aquecida, pode ser utilizada solução contendo água sanitária;

_ Recomenda-se que os resíduos produzidos pelo paciente em isolamento domiciliar ou por quem lhe prestar assistência, em caso suspeito ou confirmado de contaminação por Monkeypox, sejam separados, dispostos em sacos de lixo duplos, resistentes e descartáveis, os quais devem ser bem amarrados antes do descarte e coleta final pelos serviços municipais de resíduos (WHO, 2022).

_ Pessoas com MPX devem evitar o contato com animais (especificamente mamíferos), incluindo animais de estimação. Caso um animal que teve contato com uma pessoa infectada apresente sinais ou sintomas (por exemplo, letargia, falta de apetite, tosse, inchaço, secreções ou crostas nasais ou oculares, febre, erupções cutâneas), entre em contato com autoridades sanitárias.

_ Orientar, em relação à atividade sexual, abstenção durante toda a evolução da doença, uma vez que é uma possível via de transmissão e o uso de preservativo não elimina o risco de contágio.

_ Pessoas ou profissionais que tenham contato com o paciente em isolamento domiciliar devem evitar tocar as lesões do paciente e em caso de necessidade de manejo, usar luvas descartáveis e lavar as mãos com água e sabão, antes e depois do contato.

_ A equipe do Call Center Municipal deverá realizar o monitoramento e acompanhamento clínico do paciente, preferencialmente por telefone, a cada 24h no 1º e nos 21º dias de acompanhamento. E, caso seja necessário realizar atendimento presencial, por meio de visita domiciliar (VD).

_ Sendo Confirmado para Mpox, o isolamento domiciliar do indivíduo, só deverá ser encerrado após o desaparecimento completo das lesões.

Atenção:
_ Todas as pessoas que apresentarem sinais ou sintomas sugestivos de monkeypox (MPX) (casos suspeitos, prováveis ou confirmados) devem realizar isolamento domiciliar.

_ Os casos suspeitos devem permanecer em isolamento domiciliar até a liberação do resultado dos exames laboratoriais confirmatórios para a infecção, quando serão reavaliados pela equipe de assistência e reorientados em relação à necessidade de continuidade ou não do isolamento.

_ Os casos confirmados e prováveis devem permanecer em isolamento domiciliar até o desaparecimento dos sinais e sintomas, com queda de todas as crostas e completa cicatrização da pele.

Monitoramento dos contatos
A OMS considera contato de caso a pessoa que teve uma ou mais das interações descritas abaixo:

_ Contato físico direto, incluindo contato sexual, com parcerias múltiplas e/ou desconhecidas nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; E/OU

_ Exposição próxima e prolongada, sem proteção respiratória, OU história de contato íntimo, incluindo sexual, com caso provável ou confirmado de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; E/OU

_ Contato com materiais contaminados, como roupas de cama e banho ou utensílios de uso comum, pertencentes a um caso provável ou confirmado de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; E/OU

_ Trabalhadores de saúde sem uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI) com história de contato com caso provável ou confirmado de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.

O monitoramento dos contatos será realizado a cada 24h, preferencialmente por via ligação telefônica ou teleconsulta, por um período de 21 dias desde o último contato com o paciente, pela equipe do Call Center. O monitoramento, deve cobrar a aferição de temperatura duas vezes ao dia, realizada pelo paciente ou familiar e comunicado à equipe.

Os contatos assintomáticos (incluindo os trabalhadores de saúde) não devem doar sangue, células, tecidos, órgãos, leite materno ou sêmen durante o monitoramento.

Atenção:
_ Se o resultado do exame do caso suspeito seja negativo/não detectável, recomendasse a interrupção do monitoramento do contato.

_ Se o resultado do exame do caso suspeito for positivo/detectável, recomenda-se a manutenção do monitoramento do contato por um período de 21 dias, desde o último contato com o paciente.

_ Não há necessidade de isolamento dos contatos assintomáticos. Em caso de contactantes com sintomas sistêmicos e sem lesão cutânea, considerar isolamento e coleta de swab de orofaringe. Caso um contato apresente lesões mucocutâneas, o fluxo para casos suspeitos deve ser seguido.

_ Pessoas infectadas pelo MPX que fazem parte da população vulnerável (gestantes, crianças menores de 8 anos e imunossuprimidos) precisam de uma atenção diferenciada devido ao maior risco de agravamento do quadro clínico, e necessitam de monitoramento diário, preferencialmente pela equipe da APS, até a remissão dos sinais e sintomas e epitelização da pele.

Observação: Não há necessidade de isolamento dos contatos assintomáticos.

Critérios para internação
No momento do diagnóstico e no monitoramento, os pacientes devem ser avaliados em relação à presença de sinais e sintomas de gravidade. Embora incomum, os pacientes com MPX podem desenvolver complicações graves. Recomenda-se internação hospitalar nas seguintes situações:

_ Sepse

_ Erupções cutâneas múltiplas com infecção bacteriana secundária

_ Lesão extensa em mucosa oral, limitando a alimentação e a hidratação via oral

_ Lesão extensa em mucosa anal/retal, evoluindo com quadro hemorrágico e/ou infeccioso secundário à ulceração

_ Rebaixamento agudo do nível de consciência ou confusão mental

_ Dispneia aguda

_ Linfonodomegalia cervical com disfagia

_ Desidratação

_ Lesões cutâneas coalescentes afetando mais de 10% da superfície corporal total

_ Número de erupções cutâneas:

  1. 100 ou mais para a população em geral;
  2. 25 ou mais para a população vulnerável (gestantes, imunossuprimidos e crianças com menos de oito anos de idade).

Tratamento
Não há tratamento específico para monkeypox. Assim, devem ser adotadas medidas de suporte clínico que envolvem manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico. A maioria dos casos apresenta sintomas leves e moderados. Em casos graves, com comprometimento pulmonar, o oxigênio suplementar pode ser necessário. Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia.

Cuidado com lesões mucocutâneas
As lesões de pele devem ser mantidas limpas e, quando houver necessidade de transporte ou contato com outras pessoas, as áreas expostas devem ser protegidas por lençol, vestimenta ou avental com mangas longas. Utilizar curativo para proteger a área, caso seja orientado pela equipe assistencial. Adicionalmente, recomenda-se:

_ Evitar tocar nas lesões e levar as mãos à boca e/ou aos olhos.

_ Não romper vesículas e pústulas.

_ Realizar a higienização da pele e das lesões com água e sabonete.

_ Caso diagnosticada infecção bacteriana secundária, esta deve ser tratada conforme prescrição médica.

_ Antibioticoprofilaxia não é recomendada para MPX.

Imunização
Atualmente, pelo menos duas vacinas de varíola estão em uso no mundo. Porém, somente uma vacina (MVA-BN) foi aprovada para aplicação específica contra a monkeypox. A OMS ainda não possui recomendações exclusivas em relação à vacinação, no entanto considera a possibilidade da vacinação pós-exposição de pessoas sob maior risco que tiveram contato próximo a caso suspeito, idealmente nos primeiros quatro dias após o contato.

Com base nos riscos e benefícios atualmente avaliados e independentemente do suprimento da vacina, a vacinação em massa, contra o monkeypox, no momento não é recomendada pela OMS. A OMS orienta que sejam adotadas estratégias robustas de vigilância e monitoramento dos casos, investigação e rastreamento de contatos para a doença. Desta

forma, será possível a identificação do grupo de maior risco de infecção e, portanto, as prioridades para a vacinação, se este for o caso.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública:COE Monkeypox. Plano de Contingência Nacional para Monkeypox. Brasília-DF. 2022

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde. Nota Técnica nº 9/SES/SUBVS-SVE-CIEVS/2022

Nota Informativa 08/2022, Município de Pará de Minas.

BRASIL. Ministério da Saúde.Monkeypox, Orientações Técnicas para assistência à saúde. Brasília-DF. 2022

Viviane Cristina de Carvalho

Presidente da Comissão Técnica de Emergências em Saúde

Ana Clara Teles Meytre

Secretária Municipal de Saúde”

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