Cirurgias eletivas estão suspensas e ACCCOM sugere criar comitê para definir pacientes oncológicos prioritários

Em 1995 foi criada em Divinópolis a Associação de Combate ao Câncer do Centro-Oeste de Minas (ACCCOM), entidade sem fins lucrativos, políticos ou religiosos, que visa oferecer desde então, serviços de apoio aos pacientes oncológicos de todo o Centro-Oeste mineiro. Antes disso, os tratamentos eram feitos em Belo Horizonte ou até mesmo fora do estado, e a criação da ACCCOM ajudou milhares de pessoas.

Atualmente, 26 anos depois, são em média 200 mil atendimentos oferecidos gratuitamente todo mês, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Nestas quase três décadas de funcionamento, a associação conta com sete unidades como a Casa de Apoio, Hospital do Câncer, Centro Oncológico, Centro Administrativo, Centro de Voluntariado, Bazar Beneficente Hospital do Câncer e o Bazar Beneficente Magalhães Pinto, estes dois últimos ajudando a angariar fundos para a manutenção dos serviços.

Mas com a onda roxa imposta pelo Estado, para frear a contaminação do novo coronavírus, foram suspensas cirurgias eletivas em toda Minas Gerais com objetivo de não superlotar ainda mais os hospitais. Somente nos últimos 14 dias, segundo a ACCCOM, 170 procedimentos cirúrgicos em pacientes oncológicos que estavam agendados foram suspensos. A associação destaca que ao diagnosticar um câncer, é necessária abordagem especializada em unidade hospitalar o mais rápido possível, para ter mais chances de cura.

Por isso, atenta à importância do tratamento rápido, a ACCCOM publicou uma carta aberta solicitando a retomada das cirurgias em pacientes oncológicos imediatamente.

O Portal GRNEWS ouviu o cirurgião oncológico do Hospital do Câncer de Divinópolis Gustavo Aurichio Cordeiro. Segundo ele, a cada dia com cirurgias suspensas, mais pacientes estão sem atendimento adequado e faltou planejamento para o tratamento destes pacientes diagnosticados com câncer:

ACCCOM / Divulgação

Gustavo Aurichio Cordeiro
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A equipe da ACCCOM sugeriu a criação de um Comitê Cirúrgico Oncológico, liderado pelo órgão regulador de leitos do Estado com representação do Município, prestador de serviço, profissionais médicos cirurgiões e pacientes, para decidir sobre as prioridades e indicações cirúrgicas:

Gustavo Aurichio Cordeiro
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O médico criticou o documento que suspende as cirurgias pois ele pode ser entendido de várias formas e pede que a sugestão da criação do Comitê seja atendida para evitar mais mortes:

Gustavo Aurichio Cordeiro
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Na primeira semana de suspensão de procedimentos foram 170 pacientes que ficaram sem cirurgia. Nesta, o número pode chegar a 190 procedimentos suspensos. Ou seja, em apenas duas semanas 360 pacientes podem ter seu tratamento adiado e com isso, menos qualidade de vida.

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