Revolução digital no governo: R$ 390 milhões em IA para serviços públicos personalizados
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) firmaram um acordo de parceria que prevê um investimento de R$ 390 milhões ao longo dos próximos quatro anos. O objetivo é desenvolver ferramentas e soluções de inteligência artificial (IA) para modernizar e aprimorar a gestão e a prestação de serviços públicos no Brasil.
Os recursos, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fndct) e gerenciados pela Finep, serão destinados à criação de plataformas de IA generativa. A meta central é otimizar os serviços, integrando informações e simplificando a interação entre os cidadãos e a administração pública.
Da integração de dados ao “governo para cada pessoa”
Na prática, as ferramentas de IA serão empregadas para organizar e unificar o vasto volume de informações dispersas em diferentes bases de dados sociais, como o Cadastro Único (CadÚnico), e em órgãos de saúde e educação. A finalidade mais ambiciosa, conforme explicou o secretário nacional de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, é alcançar um alto grau de personalização nos serviços.
“Desde o princípio, buscamos um trabalho de personalização, de foco na melhoria dos serviços”, disse Mascarenhas. A intenção é que as plataformas de IA possam qualificar, proteger e integrar dados para disponibilizar um “governo para cada pessoa”. O secretário deu como exemplo a possibilidade de o poder público enviar mensagens personalizadas a um cidadão, informando-o sobre a data em que ele ou seu filho devem tomar uma determinada vacina.
Ética, segurança e soberania digital
O projeto é denominado Inspire (Inteligência Artificial no Serviço Público com Inovação, Responsabilidade e Ética) e faz parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), uma macroiniciativa federal que prevê R$ 23 bilhões em investimentos até 2028.
Como executor do projeto, o CPQD, uma fundação de direito privado, garante que todas as informações serão tratadas sob rigorosos padrões de segurança. O centro se compromete a respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e seguir as diretrizes de governança, ética e soberania digital estabelecidas no PBIA.
Paulo José Pereira Curado, diretor de Inovação e Empreendedorismo do CPQD, afirmou que o projeto está alinhado ao propósito da fundação: “desenvolver tecnologias, buscando trazer cada vez mais soberania, progresso e bem-estar para a população”.
Para garantir a celeridade do desenvolvimento, o CPQD já está investindo na montagem de novas estruturas de processamento gráfico em suas instalações, em Campinas (SP), e na capacitação de cerca de 200 profissionais. Com esse esforço, o centro espera que o país possa oferecer serviços públicos cada vez mais adaptados às reais necessidades da população. Com informações da Agência Brasil


