Preconceito com autistas é real e Censo pode ajudar a criar programas de tratamento para eles, diz psicóloga

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) atinge em média de dois milhões de brasileiros. Porém não há números concretos de quantas pessoas são e por isso há dificuldades nas questões de programas específicos voltados a esses pacientes.

O autismo é na maioria das vezes identificado logo na infância e o distúrbio afeta a comunicação e a capacidade aprendizado e adaptação da criança. Mas com tratamento e dedicação de toda a família é possível ter uma vida normal e feliz.

Mas infelizmente nem todos tem acesso aos tratamentos certos e muitas vezes o julgamento de outras pessoas faz com que o paciente sequer seja diagnosticado.

Falando em preconceito, em julho deste ano, Sara Onori de 22 anos, recebeu uma mensagem que a deixou chateada. O assunto se resume a uma festa infantil e pelo WhatsApp a mãe do aniversariante disse a ela que o filho dela, Arthur, de apenas dois anos não poderia ir. É que o garotinho, diagnosticado há pouco tempo com autismo, seria problemático e incomodaria as outras crianças. Ela postou nas redes sociais um texto de desabafo que viralizou.

A situação deixou muitos brasileiros incomodados, inclusive a primeira-dama do Brasil Michele Bolsonaro. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos realizou uma festa para o pequeno Arthur na tarde de terça-feira, 3 de setembro. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), a primeira-dama e a ministra Damares Alves participaram do evento.

Sara Onori disse que ao relembrar conversas com a mãe do aniversariante percebeu que havia, mesmo que velado, um preconceito.

Infelizmente esse tipo de situação também pode ser constatado pelos profissionais que trabalham no Centro Especializado em Reabilitação Física, Visual e Intelectual (CER III).da Apae, no bairro São Luís, em Pará de Minas.

A coordenadora da Reabilitação Intelectual e psicóloga Patrícia Leitão, disse a reportagem do Portal GRNEWS, que ainda existem muitos julgamentos e até vindo de familiares próximos ao paciente. É que muitos pais ficam com medo ao receber o diagnóstico:

Patrícia Leitão
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A psicóloga observa ainda que muitos pais demoram a aceitar que o filho é autista e por isso o tratamento começa mais tarde. A doença não tem cura, mas tem tratamento e quanto antes começar, melhor:

Patrícia Leitão
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A família é tão importante no processo de tratamento que a equipe do CER III da Apae  de Para de Minas também oferece ajuda aos familiares mais próximos do pacientes:

Patrícia Leitão
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Patrícia Leitão comenta ainda sobre a informação que em 2020 o número de autistas será incluído no Censo no Brasil. Isso vai ajudar a mensurar a quantidade de pacientes para melhorar as políticas públicas voltadas a essas pessoas:

Patrícia Leitão
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A Lei 13.861/2019 que obriga o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a inserir no Censo 2020 perguntas sobre o autismo, foi sancionada no dia 18 de julho. A expectativa é saber quantos já foram diagnosticadas, como é o tratamento e em quais áreas do país está a maioria destes pacientes.

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