Demografia da Enfermagem: postos de trabalho crescem 44% no país em cinco anos

O Ministério da Saúde lançou a primeira Demografia da Enfermagem do Brasil, um estudo inédito que traça um panorama completo do setor que detém a maior concentração de postos de trabalho na área da saúde. Os dados revelam que o total de vínculos empregatícios em enfermagem no país – englobando enfermeiros, técnicos e auxiliares – saltou de 1 milhão para 1,5 milhão entre 2017 e 2022, um crescimento expressivo de 44%.

A pesquisa, intitulada “Demografia e Mercado de Trabalho em Enfermagem no Brasil”, foi financiada pelo Ministério da Saúde e realizada em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Seu principal objetivo é fornecer uma ampla base de dados para subsidiar políticas públicas focadas no provimento, gestão e valorização da enfermagem em todo o território nacional.

Sudeste: alta de 35% e maior concentração de postos
Embora tenha registrado o menor índice de crescimento percentual no período, a Região Sudeste mantém a maior concentração de postos de trabalho do país. O número de vínculos na região cresceu quase 35% em cinco anos, passando de 497,4 mil em 2017 para 671,3 mil em 2022.

É importante ressaltar que o total de vínculos é maior que o número de profissionais, já que um mesmo trabalhador pode ter mais de um emprego no setor.

A distribuição dos postos de trabalho por nível de atenção na região Sudeste é a seguinte:

Atenção Primária (Básica): Responsável por 37,4% do total de vínculos em 2022.

Atenção Secundária (Média Complexidade): Reuniu 46,8% dos postos do país, com crescimento estável de 42,2%.

Atenção Terciária (Alta Complexidade): Concentrou 48,6% dos postos e apresentou a maior expansão em termos absolutos e percentuais.

COVID-19 e fortalecimento do SUS
Os dados do estudo indicam que o período a partir de 2020 foi marcado por um aumento significativo nas contratações, especialmente no setor público. Esse movimento reflete a necessidade urgente de ampliação da resposta à pandemia de COVID-19, com investimentos em equipes para atender à alta demanda por UTIs, serviços hospitalares e campanhas de vacinação em massa.

O crescimento da força de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) é notável: a Atenção Primária registrou um aumento de 42% no número de enfermeiros e 77% de técnicos no setor público, demonstrando o esforço em fortalecer a Estratégia de Saúde da Família e o enfrentamento de crises sanitárias. A demografia reforça que os profissionais de enfermagem representam a maior parcela da força de trabalho do SUS em todos os níveis de atenção.

Perfil do trabalhador e o piso nacional
A demografia revela o perfil do profissional de enfermagem no Brasil:

Gênero: Força de trabalho majoritariamente feminina (cerca de 85% do total).

Jornada e Remuneração: Predomínio de jornadas de 31 a 40 horas semanais e uma média salarial que varia entre dois e três salários mínimos.

Vínculos: Cerca de 67% dos vínculos trabalhistas estão sob regime celetista (CLT), enquanto os 33% restantes são estatutários, temporários ou autônomos.

Para combater as desigualdades salariais, o Ministério da Saúde está operando a Assistência Financeira Complementar da União (AFC) desde 2023, repassando recursos para estados e municípios. Somente em 2025, o repasse federal para auxiliar no pagamento do piso salarial nacional da enfermagem totalizará R$ 10,7 bilhões.

O secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Jérzey Timóteo, afirmou que a pesquisa é crucial para “gerar evidências que orientem nossas decisões” e promover condições mais justas, contribuindo para a valorização dos trabalhadores. Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde

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