Cenas se repetem e temporal alaga pontos críticos em Pará de Minas; comerciantes da Presidente Vargas protestam

A população de Pará de Minas ficou aflita no fim da tarde e início da noite de segunda-feira, 1º de novembro, com um forte temporal que caiu na cidade. Muita chuva, raios e trovões trouxeram muita preocupação, transtornos e danos materiais.

Reprodução/Redes Sociais

Em alguns pontos da cidade ocorreu de queda de energia, como no bairro Nossa Senhora de Fátima, mas voltou rapidamente amenizando a tensão. Enquanto a chuva forte caía, muitos temiam que as cenas de alagamentos se repetissem.

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E foi justamente isso o que ocorreu. O grande volume de água tomou conta de ruas e avenidas e o trânsito ficou muito complicado. Quando a chuva acalmou, por volta das 18h40min, as pessoas iniciaram o deslocamento para suas casas após um longo dia de trabalho.

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Quem estava utilizando motocicleta não se arriscava em meio a grande quantidade de água que cobria as ruas da região central, como trechos da Benedito Valadares.

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Muita água desceu do bairro Nossa senhora das Graças, através das ruas Do Cruzeiro e Tenente-Coronel João Alves, por exemplo. Toda essa água foi parar na praça Torquato de Almeida, que ficou completamente alagada novamente. Parecendo cena repetida. O córrego Água Limpa e o ribeirão Paciência também transbordaram.

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Carros, motos, caminhões e ônibus tentavam passar pelo verdadeiro mar de água que formou na Presidente Vargas, mesmo com os condutores cientes de possíveis danos que poderiam ser causados por detritos que poderiam estar submersos, além de possíveis danos no motor e parte elétrica dos veículos.

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O trânsito travou na avenida Presidente Vargas, onde o alagamento mais uma vez trouxe danos e prejuízos, causando indignação e protestos por parte de comerciantes estabelecidos naquele ponto da cidade, onde as inundações são constantes,

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A reportagem do Portal GRNEWS percorreu vários pontos da cidade após o temporal, e constatou mais uma vez que basta chover um pouco mais que o normal para a água do córrego Água Limpa transbordar e transformar o trecho entre o Clube Praça de Esportes do Pará e a nova rotatória construída na Presidente Vargas em um mar de água suja, lixo e muita lama.

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A situação ficou tão crítica que os veículos, incluindo os de grande porte como ônibus e carretas, que trafegavam sentido centro/bairro, estavam com dificuldades e alguns retornaram na nova rotatória em busca de rotas alternativas para seus destinos. Os carros pequenos e motos, fizeram o mesmo procedimento.

Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

A maioria retornava até a Ponte Grande e seguiam até os bairros Dom Bosco e São Luiz para acessar outros bairros como o São Francisco. Alguns condutores de motos e carro passavam meio aos obstáculos e até por cima da fita amarela de preta que cercava o local onde está sendo construída nova rotatória na rua Antônio Rocha, nas proximidades da sede do Grupo de Alcoólicos Anônimos.

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Estes retornavam por um trecho da Antônio Rocha, depois convergiam a direita pela rua Raimundo Menezes. Porém, quando passavam pela ponte existente nesta via, logo avistavam giroflex de viaturas travando o trânsito na esquina com a Presidente Vargas. Neste caso, convergiam a direita sentido aos bairros Serro, São Luiz e São Francisco em busca de seus destinos por ruas trafegáveis.

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O Portal GRNEWS também recebeu queixas de comerciantes estabelecidos na Presidente Vargas que estavam indignados com os prejuízos causados pelo novo alagamento que se repetiu.

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Também protestavam que ninguém interrompe o trânsito ou impede que os veículos de grande porte trafeguem pela Presidente Vargas, antes de a água baixar. Assim, quando estes veículos grandes passam, provocam ondas nas áreas alagadas e jogam toda a água suja e lama para dentro dos estabelecimentos comerciais.

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Ainda reclamavam um pouco mais tarde, quando a água começava a baixar, que a prefeitura sequer havia enviado um caminhão-pipa para lavar o lamaçal deixado por mais este alagamento.

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E os comerciantes reclamavam com razão. Porque a chuva caiu forte no fim da tarde ontem (1º) e o trabalho de limpeza só teve início na manhã desta terça-feira, 2 de novembro.

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Nesta manhã do feriado de Finados, equipes da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura começou o trabalho de limpeza e desobstrução das vias mais atingidas pelo forte temporal do final da tarde de ontem.

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O prefeito Elias Diniz (PSD) também esteve na Avenida Presidente Vargas acompanhando os trabalhos de limpeza e afirmou que foram tomadas medidas em caráter de emergência para isolar alguns pontos e minimizar os problemas causados pelos alagamentos:

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Elias Diniz
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Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

O prefeito disse que os transtornos não foram maiores devido as lagoas para contenção de água de chuvas já construídas e anuncia outras para breve. Mas argumenta que nem isso resolverá o problema, trata-se de uma ação paliativa:

Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Elias Diniz
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Destaca que essas “lagoas secas” podem contribuir para o reabastecimento do lençol freático em períodos de estiagem e em ocasiões de temporais ajudam segurar parte do volume de água que alagam Pará de Minas:

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Elias Diniz
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Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Elias Diniz também cobra a responsabilidade dos cidadãos paraminenses, que saem com seus veículos em momentos de temporais e ainda por cima não recolhem o lixo que contribuem para a ocorrência dos alagamentos. Promete atenção especial a partir desta quarta-feira (3) às pessoas afetadas pelos alagamentos:

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Elias Diniz
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Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

O prefeito também culpa o grande volume pluviométrico de água que caiu em curto espaço de tempo. Porém, cabe ressaltar que esta situação tem sido frequente nos últimos anos e segundo especialistas, é um fenômeno que veio para ficar, exigindo que os municípios se adequem para proteger seus cidadãos. Para Elias Diniz esses fenômenos são reflexos de ações do homem contra o meio ambiente e como reação, vem a resposta da natureza:

Elias Diniz
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Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Também foram registrados problemas causados pela grande quantidade de barro que tomou conta das pistas da avenida Orlando Maurício dos Santos, a via que liga a Unidade de Pronto atendimento (UPA) ao bairro Santos Dumont. No bairro Dom Bosco, nas imediações onde foi construída uma nova rotatória no início da avenida Ovídio de Abreu a água tomou conta de tudo. Situação se repetiu na rua Ricardo Marinho, bairro São Cristóvão e em vários outros pontos de Pará de Minas.

Importante destacar que estes alagamentos estão diretamente ligados a deficiência da rede de drenagem pluvial  existente em Pará de Minas. E ao que parece a solução não deverá vir rapidamente para aliviar os que sofrem com os transtornos causados pelos alagamentos.

Durante participação no o Papo com Geraldo Rodrigues – PGR – programa exibido de segunda a sexta-feira, de 13 às 15 horas, no canal grnewsnoticias no Youtube, no dia 21 de outubro, o prefeito Elias Diniz foi questionado sobre o assunto. Ele reconheceu o problema, mas não vê possiblidade de resolver a questão em curto ou médio prazo. Citou que seriam necessários cerca de R$ 80 milhões para resolver problemas de drenagem pluvial, somente na região central de Pará de Minas. Por lá a grande quantidade de água que desce do bairro Nossa Senhora das Graças, atinge estabelecimentos comerciais da Benedito Valadares e em seguida transforma a praça Torquato de Almeida em um verdadeiro mar de água suja e lama.

Também durante participação no Papo com Geraldo Rodrigues – PGR – ontem (1º/11), ocasião em que foi perguntado sobre alagamentos, como se os participantes já estivessem prevendo o que se repetiria horas depois, o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Dimitri Gonçalves de Morais respondeu que já conversou com o prefeito Elias Diniz sobre rede deficitária de drenagem pluvial em Pará de Minas e que para resolver questão serão necessários investimentos superiores a R$ 100 milhões. Ele vê de dificuldade para o município conseguir verbas para executar as obras necessárias. Para se ter ideia, o município de Pará de Minas receberá cerca de R$ 83 milhões para executar diversas obras a serem custeadas pela Vale como compensação pela tragédia de Brumadinho, mas não estão inclusas as de drenagem pluvial.

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