Proteção ampliada para bebês contra a Meningite. Nova vacina para reforçar a imunização infantil já está disponível em Pará de Minas

Uma mudança significativa no calendário de vacinação brasileiro, implementada ontem, 1º de julho de 2025, visa oferecer maior proteção contra a meningite para as crianças. A partir desta data, a dose de reforço da vacina contra a meningite, administrada aos 12 meses, será a meningocócica ACWY, substituindo a meningocócica C. Essa alteração permitirá que os bebês estejam protegidos contra quatro tipos diferentes da bactéria causadora da doença: A, C, W e Y, ao invés de apenas o tipo C. A meningite meningocócica é uma doença grave que afeta o sistema nervoso central e pode levar a sequelas severas ou, em muitos casos, ao óbito.
A enfermeira Juliana Viana, responsável pelo setor de imunização da Secretaria Municipal de Saúde, destaca que essa iniciativa do governo tem como objetivo ampliar a proteção e evitar desfechos graves:
Juliana Viana
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Ampliação da cobertura e preocupações com sorotipos
A mudança é considerada relevante pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Flávia Bravo, diretora da SBIm, disse a Agência Brasil que, além do sorogrupo C, o W tem sido uma preocupação crescente no Brasil, com aumentos de incidência notáveis, especialmente nos estados da região Sul. A nova vacina representa, portanto, uma ampliação da proteção contra sorogrupos que representam risco, principalmente para as crianças. Neste ano, o Brasil já registrou 361 casos de meningite meningocócica e 61 óbitos.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) já disponibiliza a vacina ACWY, mas sua aplicação é direcionada a adolescentes entre 11 e 14 anos. Para os bebês, o esquema vacinal da meningocócica C consistia em duas doses (aos 3 e 6 meses), com o reforço aos 12 meses. A alteração afeta exclusivamente essa dose de reforço.
Eficácia comprovada e continuidade das estratégias
O Ministério da Saúde, em nota técnica, reitera a eficácia e o impacto positivo desses imunobiológicos no Brasil, evidenciados pela redução na incidência da doença meningocócica tanto em pessoas vacinadas quanto em não vacinadas. Apesar dos avanços, a pasta alerta que a ocorrência de meningites bacterianas ainda é motivo de preocupação, especialmente aquelas causadas pela Neisseria meningitidis (meningococo) e pelo Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
As crianças que já completaram o esquema com as três doses da meningocócica C não necessitam de uma nova dose de reforço com a ACWY no momento. Contudo, aquelas que não foram vacinadas aos 12 meses poderão completar o esquema com a nova vacina, desde que antes de completarem 5 anos de idade. Essa modificação no esquema vacinal reforça as estratégias de combate às meningites, alinhando-se às diretrizes propostas pelo Brasil no roteiro global da Organização Mundial da Saúde. O SUS também oferece vacinas contra outros dois agentes infecciosos que podem causar meningite: o pneumococo e o Haemophilus influenzae.
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