Casamentos homoafetivos atingem número recorde no Brasil, impulsionados por uniões femininas
O Brasil registrou cerca de 12,2 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo em 2024, o maior volume desde o início do registro em 2013. O dado representa um crescimento de 8,8% em relação ao ano anterior e marca o quarto ano consecutivo de expansão para esse tipo de união. Em termos proporcionais, o casamento homoafetivo cresceu 11 vezes mais do que o casamento entre homens e mulheres.
Recorde de uniões entre o mesmo sexo
Os dados, que integram a pesquisa Estatísticas do Registro Civil divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram um avanço significativo nas uniões homoafetivas. Enquanto o casamento entre sexos diferentes atingiu 936,7 mil registros em 2024 (alta de 0,8% sobre 2023), o crescimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo foi notavelmente superior.
A trajetória de crescimento dessas uniões foi formalmente estabelecida a partir de 2013, após a aprovação da Resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que obrigou os cartórios a converterem uniões estáveis homoafetivas em casamento. Essa resolução seguiu a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2011, que equiparou as uniões homoafetivas às uniões heteroafetivas.
Evolução dos Casamentos Homoafetivos (em milhar):
2013: 3,7
2018: 9,5
2022: 11,0
2024: 12,2
Mulheres lideram a expansão
O grande impulsionador do crescimento recorde foi o casamento entre mulheres, que somou quase 7,9 mil uniões em 2024, um aumento de 12,1% na comparação com 2023.
Já as uniões entre homens totalizaram pouco mais de 4,3 mil registros. Embora o crescimento tenha sido menor (3,3% em um ano), ele reverteu a queda de 4,9% registrada entre 2022 e 2023.
Casamentos em geral: abaixo do nível pré-pandemia
Apesar do aumento no volume de uniões em 2024, o número total de casamentos no país (949 mil) permanece abaixo do patamar pré-pandemia. De 2013 a 2019, o Brasil consistentemente registrou mais de 1 milhão de casamentos por ano.
Em 2024, a taxa de nupcialidade — que mede o número de casamentos a cada 100 mil pessoas com 15 anos ou mais — ficou em 5,6. Em 2014, essa taxa era de 7,1.
Entre as unidades da federação, Rondônia (8,9) e o Distrito Federal (8,4) apresentaram as maiores taxas de nupcialidade em 2024, enquanto Piauí (3,2) e Sergipe (3,7) tiveram os menores indicadores.
Idade média dos noivos está aumentando
O estudo do IBGE também aponta que os noivos solteiros que se casam com pessoas de sexo diferente estão optando pela união em uma idade mais avançada. A idade média para os casamentos passou de 27,8 anos para os homens e 24,9 anos para as mulheres em 2004, para 31,5 anos para os homens e 29,3 anos para as mulheres em 2024.
A tendência de casar mais tarde é ainda mais evidente nas uniões homoafetivas:
A idade média para os homens que se casam com outros homens é de 34,7 anos.
A idade média para as mulheres que se unem a outras mulheres é de 32,5 anos.
Dezembro continua o mês favorito para o “sim”
O ano de 2024 registrou uma média de 79 mil casamentos por mês. O mês de dezembro se manteve como o preferido para a celebração, sendo o único a ultrapassar a marca de 100 mil registros (103,5 mil), seguido por novembro (96,9 mil) e outubro (88,8 mil). Com informações da Agência Brasil

