Brumadinho volta ao alerta: risco em barragem força evacuação de área habitada

Brumadinho, cidade marcada por uma das maiores tragédias ambientais do país em 2019, volta a enfrentar o temor causado por estruturas de mineração. A Agência Nacional de Mineração (ANM) elevou nesta semana o nível de emergência da barragem BA1, pertencente à empresa Emicon Mineração e Terraplanagem Ltda, o que forçará a evacuação preventiva de dez famílias que vivem na chamada Zona de Autossalvamento.

Anteriormente classificada com Risco Emergencial Nível 1, a estrutura agora está em Nível 2, após a ANM identificar “condições de estabilidade marginal”. A decisão foi tomada em conjunto com o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Minas Gerais, a Defensoria Pública do estado, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e a Prefeitura de Brumadinho.

Evacuação preventiva e novo estudo técnico independente
Apesar de os laudos técnicos não indicarem risco iminente de rompimento, a medida é considerada preventiva. Segundo a ANM, a instabilidade observada na barragem, somada à falta de informações conclusivas nas investigações geotécnicas, justificou a decisão. Uma nova empresa independente será contratada para avaliar detalhadamente as condições da estrutura.

O volume atual da barragem é de cerca de 914 mil metros cúbicos de rejeitos, com altura máxima de 37 metros. A BA1 não pertence ao complexo da Vale que rompeu em 2019, mas a região permanece altamente sensível a qualquer movimentação envolvendo estruturas de contenção de rejeitos.

Situação das barragens preocupa autoridades e população
Dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que, em junho deste ano, o estado tinha 24 barragens com algum nível de alerta ou emergência acionado, totalizando mais de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos em risco. Ao todo, são 77 estruturas com nível de emergência em Minas Gerais: 69 em Nível 1, sete em Nível 2 e duas em Nível 3 – estas últimas com risco real de colapso.

As barragens Serra Azul (ArcellorMittal, em Itatiaiuçu) e Forquilha III (Vale, em Ouro Preto) estão atualmente em Nível 3, o mais alto na escala de risco. Em todo o país, são 97 barragens com nível de alerta ou emergência. Minas Gerais lidera esse cenário, com 33 estruturas nesta condição, seguido por Mato Grosso (19), São Paulo (10), Amapá (7) e Bahia (7).

Alta concentração de risco e potencial de dano elevado
Entre essas 97 barragens, 55 foram classificadas com alto potencial de dano, o que aumenta ainda mais a preocupação sobre a segurança das comunidades próximas e a eficácia das políticas de monitoramento.

A situação em Brumadinho, mesmo sendo distinta da tragédia de 2019, reacende o debate sobre a gestão de barragens no Brasil e a necessidade de ações preventivas mais eficazes para evitar novas catástrofes. Com informações da Agência Brasil

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