Presidente do Sitraserp reage a projeto que corta remuneração de diretoras e cobra respeito ao diálogo, alertando que servidor é quem mais perde

Durante a reunião da Câmara Municipal de Pará de Minas, realizada na segunda-feira (21), os vereadores analisaram três projetos de lei. Um deles, o Projeto de Lei Complementar nº 07/2025, de autoria do Executivo, propõe modificar o artigo 123 da Lei Complementar Municipal nº 5.264/2011, que trata do Estatuto do Servidor Público. A proposta foi retirada temporariamente de pauta após o vereador Gladstone Correia Dias pedir vistas para ampliar as discussões sobre o tema.

A medida apresentada pela Prefeitura prevê mudanças na concessão de licença remunerada a servidores cedidos a entidades sindicais. Na prática, o texto impediria que servidoras do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Pará de Minas (Sitraserp) recebam salário quando participam de outras entidades representativas em esferas estadual e nacional.

Sitraserp diz que proposta enfraquece a luta dos servidores
A presidente do Sitraserp, Tânia Valeriano Chaves Leite, criticou duramente a iniciativa e afirmou que o projeto tem caráter político e visa enfraquecer o movimento sindical. Ela disse ao Portal GRNEWS que as servidoras cedidas não estão a serviço de outros sindicatos, mas do próprio Sitraserp, e integram federações e confederações apenas por convite, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido em Pará de Minas.

“Fazemos parte dessas entidades porque conquistamos respeito pelo que já realizamos aqui. Não somos cedidas a sindicatos de fora; apenas participamos de estruturas maiores de representação nacional. É uma honra para nós contribuir nesse nível de discussão”, afirmou Tânia:

Tânia Valeriano Chaves Leite
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A dirigente sindical também lamentou o que considera desinformação por parte do Executivo e do Legislativo sobre a organização sindical. “Há uma falta de conhecimento sobre a estrutura sindical. Foi dito que recebemos valores altos, mas tudo é público. Basta acessar o portal da transparência para ver que nossos salários estão longe disso”, pontuou:

Tânia Valeriano Chaves Leite
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“O servidor é quem mais perde”, diz Tânia
Tânia Valeriano Chaves Leite reforçou que o projeto prejudica não apenas as dirigentes do sindicato, mas todos os servidores públicos municipais. “Esse texto é uma tentativa de enfraquecer a luta sindical. Quem perde com isso é o servidor, que fica sem uma representação forte. E eu também perco, porque sou servidora de carreira desde 1992. Nós lutamos por direitos, e agora somos atacadas por isso”, destacou.

A sindicalista ainda questionou os motivos da proposta e sugeriu que a medida tenha sido uma reação ao trabalho que o sindicato vem desempenhando. “Parece uma retaliação por estarmos atuando de forma firme e responsável. Nosso instrumento é o diálogo, sempre foi. Nunca fizemos greve, apenas atos de conscientização. O que há de errado em defender o servidor com respeito e responsabilidade?”, indagou:

Tânia Valeriano Chaves Leite
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Entidade mantém busca por diálogo com o Executivo
Apesar das críticas, Tânia Valeriano Chaves Leite afirmou que o Sitraserp continuará aberto ao diálogo com a administração municipal. Segundo ela, já houve reuniões com a secretária municipal de Gestão Pública, Ana Paula Couto Gomes, e novas conversas estão sendo agendadas com os secretários municipais de Educação e Saúde, especialmente para tratar das demandas dos profissionais da enfermagem.

“A luta continua. O sindicato existe para representar o servidor público e não pode parar, mesmo diante de projetos que tentam limitar nossa atuação”, finalizou Tânia Valeriano Chaves Leite.

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