Caos na saúde: médicos do HNSC param a partir desta sexta e só atenderão pessoas com risco de morte

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A eterna crise financeira do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) se tornou no fato de maior destaque em Pará de Minas nos últimos dias, preocupando as autoridades e a população é em relação à paralisação parcial do atendimento.

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A Associação Médica de Pará de Minas (AMPM) divulgou uma nota confirmando a decisão de iniciar o movimento a partir desta sexta-feira (18). Apenas os casos de urgência e emergência serão atendidos pelos profissionais. Afirmam que só atenderão casos com risco iminente de morte.

A classe alega que não vem recebendo pelos plantões e outros procedimentos. Até os valores que são de convênios e que deveriam ser repassados pelo HNSC aos médicos foram retidos para pagamento de dívidas.

A diretoria do hospital alega dificuldades financeiras para pagar os médicos por causa da falta de repasses por parte do governo do Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Pará de Minas. Porém, o prefeito Antônio Júlio de Faria já disse que o grande gargalo do HNSC não é a falta de dinheiro e sim um problema de gestão.

O corpo clínico se reuniu com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e definiu que a alternativa é a paralisação parcial dos trabalhos no único hospital de Pará de Minas.

A entidade atende a todos os municípios da microrregião e se nenhuma providência for tomada a situação é gravíssima. Os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) estão permanecendo no Pronto Atendimento Municipal José Porfírio de Oliveira (P.A.).

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Cléber de Faria Silva e o diretor do P.A., Moisés Gabriel de Abreu, há casos de pacientes que estão permanecendo na unidade há mais de 15 dias. O local não comporta a demanda e não foi projetado para internar. É o caso de uma senhora que está há 16 dias “internada” no P.A. aguardando vaga em hospital, mas não consegue.

No fim tarde desta quinta-feira (17) seis médicos foram até a sede da Associação Médica de Pará de Minas (AMPM) para confirmar a paralisação parcial da prestação de serviços. O médico cirurgião Evandro Ferreira Campos, que também é diretor Clínico do HNSC, falou em nome dos profissionais.

Inicialmente ele relembrou que a situação está ficando inviável e por isso todas as autoridades foram comunicadas oficialmente há um mês. Foi realizada uma reunião com o CRM e definiu-se o critério da paralisação parcial:

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Evandro Ferreira Campos
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O médico explicou que a partir das 7h desta sexta-feira (18) só serão atendidos no HNSC os casos de urgência e emergência, com risco iminente de morte. Ele informou que o plantonista do pronto socorro fará uma triagem e encaminhará os casos:

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O profissional voltou a afirmar que desde o mês de março deste ano a classe médica não vem recebendo nada pelo trabalho que executa no hospital de Pará de Minas. Um período de 10 meses de espera:

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Sobre o posicionamento da diretoria do HNSC, Evandro Ferreira Campos revela que os responsáveis pela entidade também apontaram a paralisação dos médicos como meio de encontrar uma solução para os problemas financeiros:

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O diretor Clínico deixou claro mais uma vez que a subvenção prevista não foi repassada totalmente por parte da Prefeitura de Pará de Minas. Disse que o recurso não é obrigatório e seria gasto nos plantões. Outro agravante é a falta de repasses da Rede Reposta do governo estadual:

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Evandro Ferreira Campos afirmou que em conversa com os membros do CRM foi avisado que sem ajuda do município o hospital de Pará de Minas não consegue se manter em pleno funcionamento:

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O cirurgião do HNSC ressaltou que a situação financeira está tão apertada que nos últimos meses está dependente de cheque especial para se manter. O médico deixou claro que também é um trabalhador que precisa honrar compromissos e sustentar sua família:

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Sobre a declaração do secretário municipal de Saúde, Cléber de Faria Silva, e do diretor do Pronto Atendimento (PA), Moisés Gabriel de Abreu, sobre as desculpas para dificultar as internações no HNSC, o diretor Clínico explicou que cada caso precisa ser estudado e às vezes a vaga não existe:

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O representante do Corpo Clínico do HNSC lembra que os profissionais não estão reivindicando melhorias nas condições de trabalho e nem aumento de salário. A categoria quer simplesmente receber pelo serviço prestado:

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Sobre as cirurgias plásticas realizadas no hospital de Pará de Minas, Evandro Ferreira Campos informa que os procedimentos são particulares e a falta dos repasses de verbas não afeta os cirurgiões. Mesmo assim alguns vão aderir ao movimento:

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Esta sexta-feira, dia 18 de novembro de 2016, vai entrar para a história da saúde pública de Pará de Minas. Os plantões serão mantidos no Pronto Socorro do HNSC e no Centro de Terapia Intensiva (CTI). A partir das 7 horas da manhã somente os casos de urgência e emergência com risco de morte serão atendidos.

Isso poderá aumentar ainda mais a demanda no Pronto Atendimento Municipal, no bairro Senador Valadares, que segundo o secretário municipal de Saúde e o diretor da unidade, já está internando pacientes do SUS.

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