HNSC reduz leitos do SUS para 48 e enfrenta dificuldade para contratar e manter médicos plantonistas


A crise financeira enfrentada pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Pará de Minas, continua sendo um dos assuntos mais discutidos pelas autoridades. A população também está muito preocupada com o desfecho dessa situação.

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O secretário municipal de Cultura, Comunicação Institucional, Esportes, Lazer e Turismo, e interino da Saúde, Paulo Duarte, confirmou na segunda-feira (15) o fechamento de alguns leitos destinados aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no HNSC. Isso vem dificultando a transferência de pacientes.

Assim como em vários hospitais filantrópicos, o HNSC esgotou todo seu nível de endividamento e as receitas estão sendo menores que as receitas. Essa informação foi repassada pelo provedor da instituição, Osvaldo Alves Leite.

Ele também anunciou em uma recente assembléia da Irmandade Nossa Senhora da Conceição que iria fazer cortes nos atendimentos a partir do dia 15 de maio. A medida drástica é para conter gastos e os constantes prejuízos. primeiro foi a suspensão das cirurgias eletivas e agora a redução de 80, para 48 o número de leitos disponíveis para o SUS.

O prefeito Elias Diniz (PSD) informou que encaminhará uma subvenção de R$ 170 mil todos os meses para ajudar no custeio dos atendimentos. Disse ainda que o Estado havia liberado R$ 260 mil da rede resposta.

A Câmara Municipal de Pará de Minas fez uma análise de todas as finanças e decidiu cortar gastos para enviar R$ 40 mil mensais para a prefeitura, mas esse dinheiro deve ser repassado imediatamente ao único hospital de Pará de Minas.

Na manhã desta quarta-feira, dia 17 de maio, representantes do HNSC, dos conselhos Municipal e Estadual de Saúde, vereadores, secretário municipal de Saúde, participaram de uma reunião no Plenarinho da Câmara Municipal de Pará de Minas.

Eles discutiram a liberação de R$ 7 milhões que a Secretaria de Estado de Saúde ainda não repassou para o município. Outros R$ 2 milhões também não foram enviados para o HNSC. Totalizando uma dívida de R$ 9 milhões, e dessa forma o governo de MG está contribuindo para a precarização dos atendimentos na rede pública de saúde em Pará de Minas.

Durante o encontro ficou decidido que será agendada uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, e o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, para cobrar a liberação dos recursos devidos ao município e ao HNSC.

Enquanto isso o hospital vem tomando as medidas necessárias para não deixar de atender os casos de urgência e emergência da população e ao mesmo tempo evitar mais prejuízos financeiros.

Sobre toda essa situação a reportagem do Portal GRNEWS conversou com Gilberto Denoziro Valadares da Silva, médico especialista em Ortopedia e diretor Técnico-Médico do HNSC. Inicialmente ele ressaltou que desde o mês de abril de 2017 as cirurgias eletivas não estão sendo realizadas no hospital.

Também confirma que desde a segunda-feira, 15 de maio, o número de leitos foi reduzido. Agora o único hospital de Pará de Minas disponibiliza 48 leitos para os pacientes do SUS. Ele garante que a medida não trará prejuízos ao HNSC durante os próximos 90 dias:

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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A redução de leitos não altera as obrigações do HNSC em relação ao SUS. Ressaltou que toda a parte de urgência e emergência continua funcionando normalmente e a população não está desamparada:

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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Ele revela que a redução de leitos diminui outros gastos envolvidos com funcionários, médicos, medicamentos, internações, entre outros. A expectativa é que a situação seja normalizada, caso seja firmado novo convênio com o município capaz de garantir repasses mensais para a entidade manter os atendimentos:

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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O diretor destacou a necessidade de reajustar os valores repassados para cobrir os gastos envolvidos nos atendimentos e procedimentos de saúde. Afirmou que o objetivo nunca foi fechar o HNSC, o que só pode ser definido em uma Assembléia Geral Ordinária da Irmandade Nossa Senhora da Conceição, que é a entidade mantenedora do hospital:

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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Sobre os atrasos de pagamento dos médicos plantonistas, Gilberto Denoziro Valadares da Silva explica que a situação já esteve pior. Mesmo assim a dificuldade em contratar profissionais de medicina ainda é grande.

Ele ressaltou que a grande preocupação é em perder alguns profissionais com especializações que já trabalham no HNSC há muitos anos e prestam relevantes serviços:

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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Além da dívida de R$ 9 milhões do governo de Minas Gerais, outro grande problema que dificulta o funcionamento do hospital é a defasagem da tabela de pagamento do SUS. Segundo os diretores, os valores estão congelados há 15 anos e os custos só aumentam.

Inclusive, em situações como estas muitos se lembram que a saúde e a vida não têm preço, porém, o tratamento de saúde tem um alto custo que precisa ser coberto com recursos financeiros. Caso contrário, a conta acaba sendo paga com a perda de vidas.

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