Comitê de crise teme “calote” em Pará de Minas e não quer saber só de promessas verbalizadas pela Vale

O assunto foi tema de discussão entre os integrantes do Comitê de Gestão e Avaliação de Resposta ao Desastre provocado em Pará de Minas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019.

Os membros do comitê discutem os impactos e ações necessárias para minimizar os reflexos causados em Pará de Minas. O segundo encontro ocorreu na sala de reuniões localizada no terceiro andar do prédio da prefeitura de Pará de Minas, nesta sexta-feira, 15 de fevereiro.

O medo do “calote” aumentou ao constatar que as pessoas atingidas pelos rejeitos da barragem de Samarco, que tem a Vale com uma de suas controladoras, no município de Mariana reclamam até hoje que a mineradora prometeu muita coisa, que não foi cumprida, anos após o desastre.

Para piorar a situação nos últimos dias os moradores de Brumadinho que foram atingidos pela lama da barragem afirmam que no início a Vale disse sim para muita coisa, mas depois é só não, não e não.

Outro fato que serve de alerta é o que a direção da Vale fala que vai fazer e o que fato é cumprido. Para se ter uma ideia, na quinta (14) o presidente da Vale Fábio Schvartsman foi ouvido na Câmara dos Deputados em Brasília e disse que a mineradora está pronta para firmar os acordos o quanto antes.

Ao mesmo tempo em que o presidente fazia tal afirmação na capital federal, uma equipe da Vale disse não para um acordo que estava sendo discutido com as vítimas da tragédia causada por ela durante audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Em outras palavras, a Vale promete muito, mas não cumpre. Outra questão que chamou a atenção na quinta (14) foi à informação divulgada pelo IBAMA afirmando que a Vale utilizou medicamentos vencidos para tratar os animais vítimas de sua tragédia.

Com este cenário nada animador, os integrantes do comitê de crise de Pará de Minas mudaram o tom da conversa com os representantes da Vale que participaram da reunião nesta sexta (15).

O prefeito Elias Diniz (PSD) disse que passou a fase de verbalização com a Vale no que se refere às responsabilidades que a mineradora precisa assumir pelos danos causados em Pará de Minas, a começar pela garantia do abastecimento de água. Tudo agora será oficializado por meio de documentos:

Elias Diniz
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O prefeito também foi questionado sobre o quê os representantes da Vale estão fazendo em Pará de Minas. Eles se recusam a conceder entrevistas, dizendo que não são porta-vozes da empresa; também afirmam que não podem assinar nenhum documento representando à mineradora. Em outras palavras, eles estão apenas ouvindo o que o município pretende fazer e vão embora. Mas Elias Diniz disse que essa postura da empresa terá mudar:

Elias Diniz
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Acrescentou que continua em pauta a construção de uma nova adutora para abastecer Pará de Minas. A nova captação teria que ser feita no Rio Pará. Porém, até que isso seja concluído existe a possibilidade de captar água provisoriamente no Ribeirão dos Moreiras:

Elias Diniz
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Outra novidade anunciada durante a reunião desta sexta (15) foi á instalação de um novo ponto de captação de água para testes no Rio Paraopeba, no trecho entre Juatuba e São José da Varginha:

Elias Diniz
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Equipes também percorrerão as áreas ribeirinhas para retirar os animais que estão nas proximidades da margens do Rio Paraopeba. Nova análise sobre a qualidade da água daquele manancial somente após oito semanas, a contar do rompimento da barragem em 25 de janeiro:

Elias Diniz
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O prefeito Elias Diniz também afirmou que está em busca de apoio político para resolver os problemas causados pela Vale em Pará de Minas. Por esta razão participou de audiência na Câmara dos Deputados em Brasília nesta semana para discutir os impactos causados pela mineradora nos municípios atingidos por seus rejeitos, especialmente aqueles que dependem da água do Rio Paraopeba.