Cinco anos de open finance com desafios de adesão de empresas

O sistema de compartilhamento de dados financeiros, o open finance, completou cinco anos com avanços significativos, mas também com obstáculos a superar. Embora inovações como o Pix por aproximação e o Pix automático já estejam no dia a dia dos consumidores, a adesão das empresas e a eficiência das transações ainda representam os principais desafios para a expansão total do sistema.

Eficiência e segurança das transações
Um dos principais pontos de atenção é a taxa de sucesso das transações via open finance, que atualmente fica entre 50% e 60%. O diretor executivo da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), Gustavo Lino, aponta que o objetivo é elevar esse índice para 99,5%, patamar semelhante ao de operações com cartões de crédito e débito. Apesar da taxa de erro, Lino destaca que o open finance é mais seguro, com um número “ínfimo” de fraudes e golpes.

A segurança é reforçada em operações como o Pix por aproximação, onde o valor da compra é exibido na tela do celular do cliente, permitindo a conferência antes da confirmação do pagamento, diferentemente das transações por cartão, nas quais o consumidor precisa conferir o valor na maquininha do lojista.

Adesão de pessoas jurídicas
O segundo grande gargalo é a baixa adesão das empresas ao sistema. Dados da Associação Open Finance Brasil (AOF) mostram que, em 2024, houve 40,8 milhões de consentimentos de pessoas físicas para compartilhamento de dados, contra apenas 403,2 mil por parte de pessoas jurídicas.

Jonatas Giovinazzo, diretor-presidente da Init, explica que os entraves são de natureza burocrática e tecnológica. As empresas, que em muitos casos operam com centenas de contas bancárias e diversas maquininhas, necessitam de um sistema que identifique os pagamentos de forma consistente, o que nem sempre ocorre no open finance. A discussão sobre como lançar as transações de fim de semana nos extratos e quem pode conceder consentimento dentro da empresa também adiciona complexidade ao processo.

Para superar essas barreiras, uma das soluções discutidas com o Banco Central é o processamento de pagamentos via Pix em lotes, o que facilitaria a operação para médias e grandes empresas, que costumam realizar um grande volume de transações por segundo.

Futuro promissor
Apesar dos desafios, os especialistas enxergam um grande potencial para a adesão das empresas ao open finance. Gustavo Lino ressalta que o sistema pode aumentar o poder de barganha de micro e pequenas empresas, facilitando o acesso a crédito. No futuro, a maior parte do volume financeiro do sistema deverá ser movimentada por pessoas jurídicas.

Novidades já estão no horizonte. Em fevereiro de 2026, o Banco Central planeja lançar a portabilidade de crédito via open finance, que permitirá aos correntistas transferir empréstimos e financiamentos entre bancos de maneira mais ágil, incluindo, futuramente, operações de crédito consignado. Com informações da Agência Brasil

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