Fraude Fiscal milionária desarticulada em Minas Gerais
O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (Cira-MG) realizou uma grande ofensiva contra um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no estado. A Operação Ambiente 186, deflagrada na terça-feira (2/12), visa desmantelar a atuação de um grupo criminoso que causou um prejuízo estimado em mais de R$ 215 milhões ao erário público por meio da apropriação indevida do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Esquema envolvia atacadistas e redes de supermercados
O esquema criminoso era estruturado para manipular o mercado varejista, envolvendo atacadistas, grandes redes de supermercados e outras empresas do setor. Além da fraude tributária, os envolvidos estão sendo investigados por organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O grupo utilizava empresas de fachada e indivíduos “laranjas” para emitir documentos fiscais falsos e encobrir operações, o que resultava na redução artificial dos custos das mercadorias. Essa prática não apenas maximizava os lucros ilícitos dos envolvidos, como também distorcia a concorrência, prejudicando as empresas que operam dentro da legalidade. A investigação da Receita Estadual, que durou 18 meses, demonstrou que a organização se apropriava do imposto que deveria ser recolhido ao Estado, convertendo esses valores em seu benefício patrimonial.
Ação e apreensões
Em cumprimento a 15 mandados de busca e apreensão, a operação concentrou-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e no Centro-Oeste mineiro, atingindo residências de empresários e funcionários, bem como sedes das empresas investigadas.
Durante as buscas, foram apreendidos celulares, eletrônicos, documentos relevantes para a investigação e veículos de luxo que eram usados para a lavagem do dinheiro proveniente dos crimes. Como medida cautelar, o Cira-MG conseguiu a indisponibilidade de bens dos investigados no montante de R$ 476 milhões.
A investigação segue em sigilo, sem a divulgação dos nomes dos envolvidos. No entanto, a colaboração de alguns contribuintes alvos dos mandados abriu uma nova fase de apuração para identificar a participação de todas as pessoas físicas envolvidas no crime.
O nome da operação, “Ambiente 186”, é uma referência ao código policial e judicial que identifica o município de Contagem, onde a maior parte das empresas envolvidas tinha sede.
A operação mobilizou um grande contingente de forças de segurança e órgãos de controle, com a participação de promotores de Justiça, delegados e policiais das Polícias Civil e Militar, auditores das Receitas Estadual e Federal, bombeiros militares e servidores do Ministério Público. Com informações da Agência Minas
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