SUS envia para Minas Gerais medicamento de ponta para tratamento do câncer de mama

Em plena campanha do Outubro Rosa, o Ministério da Saúde deu um passo significativo para a oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta recebeu o primeiro lote do medicamento Trastuzumabe Entansina, uma terapia de última geração destinada ao tratamento do câncer de mama HER2-positivo.

O HER2-positivo é uma forma agressiva da doença que estimula a multiplicação das células tumorais.

Entrega em Minas Gerais e cobertura nacional
A primeira remessa do medicamento, com 11.978 unidades, chegou a São Paulo no dia 13 de outubro. Desse total, 112 frascos são destinados ao estado de Minas Gerais e têm previsão de entrega nesta quinta-feira (23).

O Trastuzumabe Entansina será distribuído às secretarias estaduais de saúde, que são responsáveis pela dispensação às pacientes de acordo com os protocolos clínicos estabelecidos.

A aquisição do medicamento será feita em quatro lotes, com as próximas entregas programadas para dezembro de 2025, março e junho de 2026.

A iniciativa visa atender 100% da demanda atual pelo medicamento no SUS, beneficiando 1.144 pacientes ainda em 2025.

Redução de mortalidade e economia
O investimento total do Ministério da Saúde para a compra do Trastuzumabe Entansina é de R$ 159,3 milhões, destinado à aquisição de 34,4 mil frascos-ampola.

O diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto, classificou o acontecimento como um avanço gigantesco: “É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento”.

O novo tratamento é esperado pela população por seu potencial de reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama HER2-positivo.

Houve também uma economia significativa na negociação: o Ministério da Saúde conseguiu um valor de compra cerca de 50% abaixo do preço de mercado, gerando uma economia de aproximadamente R$ 165,8 milhões.

Mais opções e agilidade no tratamento oncológico
O Trastuzumabe Entansina é indicado especificamente para mulheres que ainda apresentam vestígios da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama HER2-positivo em estágio III. O novo tratamento oferece melhores perspectivas de controle da doença e qualidade de vida.

Além deste, o Ministério da Saúde está progredindo na oferta de inibidores de ciclinas (ribociclibe, palbociclibe e abemaciclibe), indicados para o tratamento de câncer de mama metastático ou avançado com receptor hormonal positivo e HER2-negativo.

Para otimizar a logística e acelerar a entrega, será publicada ainda neste mês uma portaria que autoriza a compra descentralizada desses inibidores. Com financiamento federal via Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC), estados e municípios poderão adquirir os medicamentos diretamente.

Ações para diagnóstico precoce
Em paralelo à oferta de novos tratamentos, o Ministério da Saúde fortaleceu as estratégias de diagnóstico precoce:

Ampliação da mamografia: Recentemente, foi anunciada a ampliação da faixa etária para a realização da mamografia no SUS. O exame agora está acessível para mulheres a partir dos 40 anos, mesmo na ausência de sinais clínicos da doença. Em 2024, mais de 1 milhão de mamografias foram feitas em mulheres com menos de 50 anos, representando 30% do total.

Carretas de atendimento: Também neste mês, foi dado início ao projeto “Agora Tem Especialistas”, que consiste em 28 carretas itinerantes. A iniciativa leva atendimento focado na saúde da mulher para 20 estados brasileiros, priorizando regiões com maior dificuldade de acesso a serviços de saúde especializados, com foco na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero. Com informações do Ministério da Saúde

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