Bilhões esquecidos: brasileiros ainda têm R$ 10,4 bilhões para resgatar no Banco Central

O Banco Central (BC) informou nesta semana que o montante de recursos esquecidos em instituições financeiras por cidadãos e empresas atingiu a marca de R$ 10,46 bilhões. Esses valores pertencem a mais de 53 milhões de beneficiários no Brasil.

De acordo com as estatísticas do Sistema de Valores a Receber (SVR), referentes a agosto de 2025, os dados são divididos da seguinte forma:
Pessoas Físicas: R$ 8,08 bilhões retidos em nome de 48,4 milhões de pessoas.

Pessoas Jurídicas: R$ 2,37 bilhões em nome de 4,56 milhões de empresas.

Embora o Congresso Nacional tenha autorizado o recolhimento desses recursos pelo Tesouro Nacional no ano passado, o Ministério da Fazenda esclareceu que esse processo ainda não está em andamento. Não há, até o momento, um prazo limite para que os titulares solicitem o saque.

O resgate e a prevalência dos pequenos valores
Em agosto, os resgates realizados somaram R$ 396,7 milhões. Desde a criação do SVR, em fevereiro de 2022, o sistema já devolveu R$ 11,74 bilhões aos seus titulares, sendo que R$ 8,66 bilhões foram para pessoas físicas e R$ 3,08 bilhões para empresas.

Contudo, a maior parte dos beneficiários tem direito a quantias modestas. O BC detalha que 64% dos correntistas possuem valores de até R$ 10. Apenas 1,8% dos beneficiários têm quantias que superam R$ 1 mil.

Os recursos esquecidos estão predominantemente distribuídos entre:
Bancos: R$ 5,9 bilhões

Administradoras de Consórcio: R$ 3,1 bilhões

Cooperativas de Crédito: R$ 864 milhões

As origens mais comuns desses valores incluem tarifas cobradas de forma indevida, cotas de cooperativas, saldos residuais em contas de pagamento, e dinheiro em contas correntes ou poupanças que foram encerradas.

Como consultar e resgatar com segurança
O processo de consulta e resgate é gratuito e deve ser feito somente através da página oficial valoresareceber.bcb.gov.br. Para acessar, é obrigatório possuir uma conta de nível ouro ou prata e a verificação em duas etapas no Portal Gov.br.

O BC reforça que os cidadãos que possuem chave Pix cadastrada podem optar pela devolução direta, com o recebimento do dinheiro em até 12 dias úteis. Para quem não tem Pix, o contato deve ser feito diretamente com a instituição financeira indicada no sistema para combinar o método de pagamento.

Recentemente, o BC implementou a possibilidade de habilitar um pedido automático de resgate no próprio SVR, visando simplificar a vida do cidadão e eliminar a necessidade de consultas periódicas e registros manuais.

Alerta contra golpes: BC não liga nem envia links
O Banco Central faz um apelo para que a população se proteja de golpes que prometem intermediar supostos resgates. O órgão é enfático: o serviço do Valores a Receber é totalmente gratuito, e o BC não envia links, não faz contato para tratar sobre os valores e nunca solicita dados pessoais ou senhas.

A única entidade que pode entrar em contato com o cidadão é a instituição financeira que aparece na consulta do SVR para finalizar o pagamento, e mesmo essa comunicação não deve envolver o pedido de senhas. Com informações da Agência Brasil