Minas Gerais tem maior índice de jovens usuários de cigarros eletrônicos do país
Apesar da proibição no Brasil desde 2009, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), mais conhecidos como vapes, continuam a atrair adolescentes e jovens. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE, revelam que em Minas Gerais o problema é ainda mais grave: 8,8% da população entre 13 e 17 anos utiliza esses produtos, índice superior à média nacional de 6,8%.
Um inimigo da saúde em pele de cordeiro
Para a pneumologista e professora do UniBH, Camila Passos, é urgente alertar a sociedade para o perigo desses dispositivos. Com designs modernos, embalagens coloridas e uma variedade de sabores e aromas, os vapes são, na verdade, um “lobo em pele de cordeiro”, disfarçando os mesmos malefícios do cigarro convencional. A especialista afirma que estudos indicam que a quantidade de nicotina nos cigarros eletrônicos é, muitas vezes, superior à dos modelos tradicionais.
A nicotina, ao ser inalada, libera substâncias que proporcionam uma sensação de prazer instantâneo, levando a um ciclo viciante. A dependência se manifesta de forma clara durante a abstinência, causando irritação, estresse e insônia.
Riscos que vão além da dependência
Além de viciar, a nicotina aumenta o risco de problemas cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). A medicina ainda estuda os efeitos a longo prazo, mas já é comprovado que, além da nicotina, os vapes contêm outras substâncias tóxicas e cancerígenas. Com o tempo, elas podem causar inflamações crônicas nos pulmões, obstrução dos bronquíolos e destruição dos alvéolos pulmonares, estruturas essenciais para a respiração.
Segundo a médica, a sucessão desses danos pode levar a quadros de bronquite crônica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), além de aumentar o risco de câncer de pulmão, já que o tabagismo é o principal fator de risco para a doença.
O melhor caminho é o abandono do vício
Independente do tempo de uso, parar de fumar é sempre a melhor opção. O primeiro passo, orienta a especialista, é buscar ajuda em unidades básicas de saúde que oferecem grupos de apoio para a cessação do tabagismo, com acompanhamento profissional e, se necessário, tratamento medicamentoso.
Os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) são otimistas para quem deseja abandonar o vício. Após apenas dois ou três dias, o corpo já está livre da nicotina e o olfato e paladar se reavivam. Em um ano, o risco de desenvolver doença coronariana cai pela metade, e em dez anos, as chances de câncer de pulmão reduzem em 50%. Com auxílio profissional e determinação, é possível reconquistar a saúde e a qualidade de vida. Com informações da Assessoria de Comunicação do Centro Universitário UniBH


