Mais Médicos especialistas para o interior: programa do Governo Federal reforça o SUS
O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, anunciou a seleção de 501 médicos especialistas que atuarão em 212 municípios do país. O programa, chamado “Agora Tem Especialistas”, tem como principal objetivo levar profissionais a regiões com carência de atendimento, em especial no interior do Brasil, para reduzir o deslocamento de pacientes que precisam de cuidados de média e alta complexidade.
Reforço estratégico e inédito para a rede pública
Esta é a primeira vez que o Ministério da Saúde realiza um edital específico para a contratação de especialistas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Do total de profissionais selecionados, 67% serão direcionados para o interior, em áreas cruciais como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia. A iniciativa visa a suprir a necessidade de profissionais e fortalecer a rede pública.
O ministro Alexandre Padilha destacou que o reforço ajudará a diminuir o tempo de espera da população por atendimento especializado. “Precisamos de iniciativas ousadas como o Mais Médicos Especialistas”, afirmou. A seleção dos profissionais se baseou na demanda do SUS e em regiões com uma concentração de especialistas abaixo da média nacional, que é de 184 por 100 mil habitantes.
Qualidade e foco em regiões vulneráveis
A iniciativa atraiu um grande número de interessados. Dos 993 inscritos, 501 foram selecionados nesta primeira etapa. O perfil dos profissionais é de alta qualidade, com uma média de 12 anos de experiência. Um dado relevante é que 26% deles vinham atuando apenas em hospitais privados, e agora passarão a atender exclusivamente no SUS, o que representa um avanço significativo para a saúde pública, onde a maior parte dos especialistas se concentra na rede particular.
A distribuição dos médicos priorizou as áreas de maior necessidade. O Nordeste, que historicamente tem o menor número de especialistas, receberá 51% do total (260 profissionais). Além disso, 25,7% dos médicos atuarão em áreas de alta vulnerabilidade, 20% na Amazônia Legal e 9% em regiões de fronteira. Um exemplo prático da mudança é o município de Patos, na Paraíba, que com a chegada de oito especialistas, espera aumentar em 30% a capacidade de atendimento do hospital regional, reduzindo a necessidade de os pacientes se deslocarem por longas distâncias para a capital.
Capacitação e valorização profissional
Além de atuar nas unidades de saúde, os selecionados participarão de um programa de capacitação com duração de 12 meses. A carga horária inclui 16 horas de prática assistencial e 4 horas de atividades educacionais por semana. Eles contarão com o acompanhamento de profissionais da Rede Ebserh e de hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Para essa formação, os médicos receberão uma bolsa de até R$ 20 mil, cujo valor é definido de acordo com a vulnerabilidade social e sanitária da região onde atuarão. Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil


