SUS adota teste de DNA de alta tecnologia para rastreamento do câncer de colo de útero
Uma nova era no diagnóstico precoce do câncer de colo de útero se inicia no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde passa a oferecer, em sua rede pública, o teste de biologia molecular DNA-HPV, uma tecnologia que promete maior sensibilidade e eficiência no rastreamento da doença. O novo método é um passo importante para a saúde da mulher, visto que a tecnologia permite a detecção do papilomavírus humano (HPV) antes mesmo que lesões ou o câncer em estágios iniciais se manifestem, inclusive em pacientes assintomáticas.
Vantagens do novo teste e o papel do papanicolau
O teste de DNA-HPV, de fabricação 100% nacional , representa um avanço em relação ao exame citopatológico, conhecido como papanicolau, que agora será utilizado apenas para confirmar os casos positivos. Com o novo teste, se o resultado for negativo, o intervalo entre as coletas pode ser ampliado para até cinco anos, o que reduz a necessidade de exames desnecessários e otimiza custos. Segundo o Ministério da Saúde, a tecnologia também possibilita um rastreamento equitativo e de alta performance, alcançando mulheres em áreas remotas onde a oferta de serviços de saúde é limitada.
A coleta do material para o exame de DNA é similar à do papanicolau, sendo necessária a coleta de secreção do colo do útero em um exame ginecológico. A diferença é que a secreção é armazenada em um tubo com líquido conservante e enviada para um laboratório, onde a pesquisa do DNA do vírus é realizada.
Implementação por etapas e estatísticas da doença
A incorporação da nova tecnologia, que foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), será realizada de forma gradual. Inicialmente, o teste estará disponível em um município por estado, em doze localidades que já possuem serviços de referência para colposcopia e biópsia. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreamento esteja implementado em todo o país, beneficiando anualmente cerca de 7 milhões de mulheres com idade entre 25 e 64 anos.
O HPV é a principal causa do câncer de colo de útero, que é o terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres, com uma estimativa de 17 mil novos casos por ano no Brasil. A doença é responsável por 20 mortes por dia no país e é a que mais mata mulheres na região Nordeste. A nova testagem é considerada um marco para a saúde da mulher e uma das estratégias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030. Com informações da Agência Brasil


