Candida auris: Funed realiza exames sob suspeita da infecção

O Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas (SDBF), do Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias (Lacen-MG/Funed), é o laboratório regional de referência para diagnóstico da Candida auris. Embora o momento exija atenção em termos de profilaxia de ambientes hospitalares e instituições de longa permanência para idosos (ILPI), não há motivo para alarde da maior parte da população, segundo a chefe do SDBF, Carmem Faria. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) foram confirmados quatro casos de Candida auris no Hospital João XXIII, sendo que dois pacientes permanecem internados e os outros dois já receberam alta. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte acompanha a situação, outros 24 pacientes aguardam o resultado dos exames.

Segundo Carmem, não se trata de um fungo novo. “A Fundação atua na investigação da C.auris desde 2021, quando a instituição foi reconhecida pelo Ministério da Saúde como laboratório de referência para confirmação de identificação desse microrganismo”, conta. A chefe do SDBF explica ainda que em casos de suspeita da C.auris, é preciso seguir um fluxo laboratorial para confirmação da identificação de gênero e espécie. “Isso é necessário uma vez que os métodos convencionais de identificação não conseguem confirmar a espécie, sendo recomendável o uso de método de espectrometria de massas por MALDI-TOF (Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionisation Time-Of-Flight Mass Spectrometry) ou biologia molecular”, explica.

Outro ponto importante nesse aspecto é o monitoramento dos contatos dos pacientes e do ambiente hospitalar. “A Funed, além de realizar os exames, fornece o meio de cultura previsto na Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa Nº 02/2022 para o monitoramento do hospital com isolamento do fungo. O material é produzido pela nossa Divisão de Fabricação de Bioprodutos e Preparo de Materiais (DFBPM)”, complementa.

De acordo com o documento da Anvisa, há evidências de que o ambiente possa ser o principal reservatório da C.auris, que se disseminaria por meio de superfícies e até mesmo equipamentos contaminados, incluindo os de assistência ao paciente como: estetoscópios, termômetro, esfigmomanômetro ou, ainda, por contato direto com os pacientes. “Apesar da alta transmissão e resistência a alguns desinfetantes e saneantes, os riscos são para os pacientes com internação prolongada, principalmente em UTI, que passam por procedimentos invasivos e fazem uso de antibióticos, ou pessoas imunossuprimidas”, reforça Carmem.

Saiba mais
A C. auris foi descrita pela primeira vez como agente de infecção em humanos, em 2009, após seu isolamento a partir de material do conduto auditivo externo de um paciente no Japão. A espécie é considerada um patógeno emergente porque, desde essa época, casos foram identificados em diversos países dos cinco continentes.

Segundo estudos com número limitado de pacientes, 30% a 60% dos pacientes com infecções de corrente sanguínea por C. auris evoluíram para óbito. No entanto, muitos desses pacientes tinham doenças de base graves que também contribuíram para aumentar o risco de morte. Com informações da Assessoria de Comunicação da Fundação Ezequiel Dias.

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