Jornada de 30 anos: Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas renova esperanças

Para famílias que convivem com a dor da incerteza, a notícia de um novo cadastro nacional de pessoas desaparecidas renova a esperança. A plataforma, lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, integra bases de dados de diferentes órgãos e visa agilizar o processo de busca.

Ivanise da Silva Santos, fundadora da Associação Mães da Sé, que há 30 anos busca sua filha Fabiana, comemorou a iniciativa. “Hoje eu estou aqui em estado de graça porque finalmente a gente vai poder comemorar o marco inicial de uma luta que eu carrego há quase 30 anos”, disse. A ativista acredita que o cadastro vai beneficiar não apenas os familiares, mas também os agentes de segurança pública, facilitando a troca de informações.

O sentimento de alívio também é compartilhado por Kátia Liberato, que busca a mãe, Mirian, desde 1999. Ela teve que fazer um verdadeiro “périplo” pelo Brasil para abrir boletins de ocorrência em diferentes cidades. Para Kátia, o novo cadastro é uma boa notícia que “renova minhas esperanças”, pois as informações poderão circular de forma muito mais rápida.

Funcionalidades e conscientização
A diretora do Sistema Único de Segurança Pública, Isabel Figueiredo, explicou que o cadastro tem duas funcionalidades principais. A primeira é um painel público com casos concretos, incluindo fotos e informações gerais dos desaparecidos. A segunda é um banco de dados com acesso restrito para profissionais de segurança pública, contendo informações detalhadas e documentos completos.

A diretora enfatizou a importância de registrar os desaparecimentos o quanto antes, sem esperar 48 horas, como alguns protocolos estaduais exigem. “Quanto antes o Estado brasileiro e as instituições de segurança pública souberem desses casos, maior a chance que a gente tem de localizar essas pessoas e de localizar essas pessoas com vida”, afirmou.

O chefe da delegação regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha na América do Sul, Nicolas Olivier, ressaltou que a plataforma unificada “não é apenas uma lista de nomes”, mas um sistema capaz de cruzar dados, gerar pistas e criar um histórico confiável. O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo, destacou que a sociedade e o poder público têm uma grande dívida com as famílias de desaparecidos e que é preciso conscientizar a todos sobre a importância da busca. Com informações da Agência Brasil

PUBLICIDADE
[wp_bannerize_pro id="valenoticias"]
Don`t copy text!