Médico vive época de leilão e quem paga mais leva, diz presidente do Conselho Municipal de Saúde de Pará de Minas

Há meses que a população paraminenses está sofrendo com a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e por essa razão a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) registra diariamente aumento no número de atendimentos. As queixas de demora no atendimento na UPA são frequentes por parte dos usuários.

Questionado sobre o problema secretário municipal de Saúde Paulo Duarte, o problema é a burocracia para a contratação dos profissionais aprovados no Concurso Público. Ele também declarou ao Portal GRNEWS que os médicos estão deixando seus cargos em Pará de Minas por outros projetos e não por causa de melhores salários.

Especialmente no mês de março quando sai o resultado da chamada residência, etapa necessária para a graduação do médico, ele precisa largar o trabalho que vem sendo realizado e iniciar no estipulado pelo resultado da prova que ele passou. Por isso, segundo o secretário de Saúde, muitos profissionais deixam os municípios nesta época do ano.

Tudo isso tem sido acompanhado pelo Conselho Municipal de Saúde. Porém, o presidente Flávio Medina Neto apurou outra situação para justificar a falta dos profissionais médicos nas unidades de saúde do município.

Ele diz que um dos problemas é a carga horária dos médicos que atuam nas Unidades Básicas de Saúde de Pará de Minas de segunda a sexta-feira de 7 as 16 horas. Por esse trabalho recebem um salário aproximado de R$ 12 mil.

Ocorre que outros municípios vizinhos, ele citou o exemplo de Igaratinga, oferece aos médicos uma carga horária de 7 às 14 horas e um salário mensal de R$ 16 mil. Esses números facilitam o entendimento. Os médicos preferem ir para outras cidades para ganhar mais e trabalhar menos.

O conselheiro também cita outro fato que pode afastar os médicos de Pará de Minas. Ele apurou que muitos profissionais residem e estudam em Belo Horizonte. Assim, quando conseguem uma proposta de emprego em uma cidade mais próxima que Pará de Minas da capital mineira, eles acabam deixando seus cargos por aqui.

E as vagas na região metropolitana de Belo Horizonte estão surgindo. A prefeitura de Betim, por exemplo, está anunciando que contratou 450 médicos e está construindo mais oito Unidades Básicas de Saúde. Isso significa que a demanda por médicos naquela cidade vai aumentar ainda mais.

De acordo com o conselheiro faltam seis médicos no município e foi informado que a Secretaria Municipal de Saúde está tomando as providências na tentativa de contratar outros profissionais:

Flávio Medina Neto
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Flávio Medina disse ainda que não tem como o município aumentar o salário dos profissionais por ser um programa do governo federal, a Estratégia Saúde da Família (ESF). Para alterar seria necessária uma votação no Congresso Nacional.

Caso a UBS, que é a porta de entrada para o usuário do Sistema Único de Saúde, fique sem médico a situação se complica. Há meses a UPA tem registrado aumento na movimentação e com isso o atendimento fica mais demorado. Acompanhando toda a situação de perto, o conselheiro pede a compreensão da população:

Flávio Medina Neto
flaviomedina_medicos2

A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é que a partir de 8 de abril a situação seja regularizada em pelo menos duas Unidades Básicas de Saúde.

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