Vereador é contra transformar o HNSC em referência para tratar COVID-19 recebendo pacientes de outras cidades

Um dos assuntos mais comentados em Pará de Minas desde a noite de quarta-feira (22) após publicação no Portal GRNEWS informando que o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) se tornaria referência na microrregião para atender casos suspeitos do novo coronavírus. Com isso, pacientes diagnosticados com COVID-19 de oito municípios serão transferidos para Pará de Minas. Por outro lado, os paraminenses que precisam de consultas e até mesmo cirurgias especializadas terão que recorrer a outro hospital da região.

A mudança faz parte de um plano macrorregional de atendimento criado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) para enfrentamento da doença que já matou, até está sexta-feira (24), 54 mineiros.

Desde a divulgação da notícia pelo Portal GRNEWS na quarta-feira (22) o assunto tem sido discutido entre famílias, nas ruas e pelos políticos da cidade. Como a alteração partiu do Estado, segundo alguns, pouco o Município pode fazer para mudar a determinação.

Entretanto o administrador do HNSC Clelton de Faria Pacheco disse que o plano também poderia mudar, já alguma unidade de saúde pode não aceitar a proposta, o que deixa transparecer nas entrelinhas não se tratar de uma imposição, mas de um assunto que pode ser discutido com o governo de MG, podendo o município concordar ou não com o plano macrorregional de atendimento.

Porém, a Santa Casa de Formiga também se tornará referência no tratamento de COVID-19 para aquela região e ao tomar conhecimento da medida o prefeito Eugênio Vilela Júnior (PP) se posicionou contrário. Em entrevista, já adiantada pelo Portal GRNEWS, ele garantiu que “se for preciso a gente coloca tratores e caminhões lá na porta da Santa Casa e só o exército pra tirar. Os formiguenses vão fazer manifestações contrárias para não aceitar essa medida da Secretaria de Estado de Saúde”.

Quem também se mostra contrário a esta decisão de trazer pacientes contaminados pelo novo coronavírus de outras cidades para Pará de Minas, é o vereador e ex-presidente da Câmara Municipal Marcus Vinícius Rios Faria (MDB). Ele se diz preocupado e receoso com a situação:

Marcus Vinícius Rios Faria
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Além dos paraminenses não terem acesso fácil e rápido aos atendimentos, como acontece atualmente, o vereador teme que os casos de COVID-19 aumentem consideravelmente na cidade com a chegada de pessoas da região:

Marcus Vinícius Rios Faria
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Outra preocupação de Marcus Vinícius Faria é em relação às decisões tomadas pelo Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde do Covid-19, que ainda não se posicionou em relação ao plano estadual:

Marcus Vinícius Rios Faria
marcusvinirefhnsc3

O prefeito de Formiga, que ameaçou colocar até máquinas e caminhões na porta da Santa Casa para evitar a medida do governo estadual, se posicionou novamente em relação ao plano macrorregional. Após um encontro com representantes do Município e da Santa Casa, os participantes apresentar um manifesto público.

Nele, é explicada a dificuldade com que o hospital conseguiu montar um CTI, UTI Neonatal, serviços de atendimento à gestante, de cirurgias gerais e hemodiálise e ainda uma unidade de hemodinâmica para atender toda a região. Atualmente a Santa Casa de Formiga é uma das mais completas daquela regional, sendo referência para muitas patologias.

Após várias considerações, o manifesto mostra que todos discordam da possibilidade “de referência exclusiva em COVID-19” e ainda solicitou “aos gestores competentes que considerem a possibilidade de manter a Santa Casa com as mesmas referências anteriores, atendendo a patologias Não COVID-19”.

Caso o Estado discorde do manifesto, há o pedido para algumas alterações que deverão ser feitas na Santa Casa para atender ao plano estadual. Entre elas estão a criação de uma entrada especial para doentes com suspeita do novo coronavírus, isolamento da área de UTI em relação ao Bloco Cirúrgico, reserva de alguns leitos da UTI para outras doenças, treinamento de médicos e enfermeiros, disponibilidade de EPI’s em quantidade suficiente, criação de área isolada para os doentes e adequação da maternidade.

Após outras solicitações, novamente o manifesto diz que “por unanimidade dos presentes, nosso primeiro posicionamento é de absoluta rejeição à aceitação de ser nossa cidade referência”.

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