Mesmo com queda de 90% em MG, Ministério da Saúde reforça combate à dengue e investe R$ 183 milhões em novas tecnologias

Apesar da significativa redução de 90% nos casos prováveis de dengue em Minas Gerais neste ano, o Ministério da Saúde emitiu um alerta nacional, reforçando que a luta contra o Aedes aegypti deve ser mantida. A pasta lançou a nova campanha de prevenção “Não dê chance para a dengue, zika e chikungunya” e anunciou um investimento de R$ 183,5 milhões para o ciclo 2025/2026, com foco na expansão de tecnologias de controle vetorial em todo o Brasil.

Redução de casos, mas alerta mantido
Minas Gerais registrou 159,6 mil casos prováveis de dengue em 2025, um contraste acentuado com os 1,6 milhão de notificações no mesmo período de 2024. O número de óbitos confirmados também caiu, de 1,2 mil em 2024 para 135 neste ano.

A nível nacional, os casos prováveis de dengue caíram 75% e os óbitos reduziram 72% em comparação com o ano anterior, somando 1,6 milhão de casos e 1,6 mil mortes em 2025.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alertou que a melhora não deve gerar complacência.

“Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou Padilha.

Investimento em tecnologia de ponta
Os R$ 183,5 milhões serão aplicados para ampliar o uso de tecnologias inovadoras no controle do vetor:
Método Wolbachia: A técnica, que consiste em liberar mosquitos infectados com uma bactéria que impede o desenvolvimento dos vírus, será expandida de 12 para mais 70 cidades, com 13 novas inclusões ainda em 2025. Niterói (RJ), a primeira cidade com 100% de cobertura pelo método, registrou uma redução de 89% nos casos de dengue. O Brasil inaugurou em Curitiba (PR) a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade para produzir 100 milhões de ovos semanalmente.

Outras técnicas: Será ampliado o uso de Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL) e da borrifação residual intradomiciliar, que utiliza inseticida de longa duração no interior das residências.

Mobilização nacional e vacinação
O Ministério da Saúde mobilizou gestores e a população para o Dia D da Dengue com o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”. A ação foi complementada pelo novo mapeamento entomológico, que identifica áreas de risco em mais de 3 mil municípios.

O reforço nas ações de controle em 2025 incluiu:
Apoio da Força Nacional do SUS (FN-SUS) para instalação de até 150 centros de hidratação.

Distribuição de 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais e 1,2 mil nebulizadores portáteis.

Em relação à vacinação, o Brasil foi o pioneiro a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. O programa, iniciado em 2024, prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 2.752 municípios de maior risco. Mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas até outubro de 2025.

Futuramente, uma parceria com a chinesa WuXi Biologics permitirá a produção em larga escala da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, com expectativa de registro da Anvisa até o final do ano e capacidade para 40 milhões ou mais de doses a partir de 2026. Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde

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