Um pasto que transformou a pecuária nacional
O capim-marandu, conhecido como “braquiarão”, chegou ao Brasil há mais de 40 anos e revolucionou a pecuária. Trazido do Zimbábue, na África, ele foi adaptado ao solo brasileiro e hoje está presente em até 50% das áreas de pastagens cultivadas no país, principalmente no Cerrado.
A revolução do capim-marandu
A braquiária, que em tupi-guarani significa “novidade”, foi testada em unidades da Embrapa em Campo Grande (MS) e Planaltina (DF). O pasto se destacou por ser resistente à cigarrinha-das-pastagens, ter alto valor forrageiro e produzir grande quantidade de massa verde e sementes.
A pesquisadora aposentada da Embrapa Cacilda do Valle afirma que o capim-marandu é um marco na pecuária nacional. Em áreas bem manejadas, ele pode gerar um ganho de até 480 quilos por hectare por ano, com lotação de mais de duas unidades animais por hectare no período de chuvas. A braquiária pode ser utilizada para pastejo contínuo, rotacionado ou diferido, e é adequada para bovinos, ovinos e caprinos.
Uma nova geração de braquiárias
Além do marandu, outra cultivar se destacou no mercado décadas depois. Lançada em 2006, a BRS Piatã também é uma braquiária, mas se diferencia por sua robustez e produtividade. Em comparação com o capim-marandu, ela se adapta melhor a solos mal drenados e produz mais folhas.
A cultivar BRS Piatã foi a primeira a ter um projeto de transferência de tecnologia e comunicação para sua divulgação. Selecionada após 16 anos de estudos, ela se tornou uma opção importante para a diversificação das pastagens brasileiras. Em consorciação com outras culturas, como o milho e o sorgo, a braquiária mostrou ser uma excelente opção.
A Embrapa estima que o retorno social do capim-piatã é de R$ 8,62 para cada real investido, com um retorno econômico total de R$ 1,5 bilhão. A braquiária já foi adotada em 8,2 milhões de hectares, consolidando-se como uma importante forrageira para produtores de gado de corte e de leite. Com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa


