Tecnologia a favor da banana: cultivares da Embrapa são resistentes à pior doença da bananeira

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) confirmou que as cultivares de banana BRS Princesa e BRS Platina são resistentes à raça 4 tropical (R4T) da murcha de Fusarium, a doença mais grave que afeta as bananeiras no mundo. A descoberta, feita após testes na Colômbia, coloca o Brasil em uma posição de liderança e abre caminho para que as variedades brasileiras se tornem uma barreira natural contra a disseminação do patógeno.

A ameaça que se aproxima
A murcha de Fusarium, conhecida como mal-do-Panamá, causa prejuízos bilionários e restrições à exportação, já que pode dizimar plantações inteiras. O fungo se espalha pelo solo contaminado e por ferramentas e mudas infectadas. Embora ainda não tenha chegado ao Brasil, a raça 4 tropical já foi identificada em países vizinhos como Colômbia, Peru e Venezuela, o que mantém a produção nacional em estado de alerta.

Testes em campo confirmam a resistência
As cultivares brasileiras BRS Princesa e BRS Platina, juntamente com variedades ancestrais, foram testadas em uma fazenda na Colômbia onde a doença foi identificada pela primeira vez. As mudas passaram por um período de quarentena, foram inoculadas com o patógeno e, em seguida, plantadas em campo contaminado.

A pesquisadora Mónica Betancourt, da Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária (AgroSavia), confirmou que, após três ciclos de produção, menos de 1% das plantas das cultivares brasileiras foi afetado pela doença, comprovando sua resistência. Os testes de produtividade ainda estão em andamento.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, Edson Perito Amorim, a parceria com a Colômbia foi crucial, pois permitiu que o material genético brasileiro fosse testado em um local onde a doença já estava presente, validando os resultados. Ele ressaltou que a empresa também enviou outros três híbridos comerciais, que foram 100% eficientes e um será lançado em 2026.

Vigilância e parceria
O Ministério da Agricultura, em parceria com a Embrapa, intensificou o sistema de vigilância para prevenir a entrada da praga no Brasil. O auditor fiscal federal Agropecuário, Ricardo Hilman, enfatizou a importância de os produtores manterem os cuidados com a biosseguridade, como a inspeção de mudas e o uso de equipamentos.

O presidente da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), Augusto Aranha, recebeu a notícia com alívio, já que a doença poderia dizimar a bananicultura da região. Ele ressaltou que, apesar da resistência das cultivares, a vigilância deve continuar para evitar a contaminação.

O programa da Embrapa está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 2, que trata da segurança alimentar e da agricultura sustentável. O trabalho, que inclui parcerias internacionais, visa garantir a produção da banana em escala global. Com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa

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