Debate na ALMG expõe o agravamento da violência na zona rural
O crescimento da criminalidade no campo fez com que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais retomasse os trabalhos deste segundo semestre com a realização de um debate público sobre o tema, no dia primeiro de agosto. Produtores rurais de várias regiões do Estado lotaram as galerias e o Plenário, usando faixas de protesto. A situação preocupa o Deputado Estadual Inácio Franco, que vem denunciando o drama vivido por produtores e trabalhadores em fazendas e sítios, em audiências públicas e diversos eventos.
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Membro da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia, o parlamentar destacou no debate a importância do campo para o desenvolvimento do Estado. Dados levantados pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) registram que 42% do PIB mineiro em 2015 foi gerado na agropecuária. Inácio Franco cobrou investimentos na segurança do meio rural já que o setor gera tanta riqueza e emprego em Minas Gerais.
Entre outras providências para reverter o atual quadro de insegurança no campo, o Deputado Inácio Franco é defensor da extensão da telefonia móvel e da internet em todo o Estado para facilitar a comunicação, além da liberação do uso de armas para que produtores rurais e trabalhadores possam se defender. O número de crimes violentos em Minas Gerais mais que dobrou nos últimos quatro anos e o ritmo do crescimento desse problema na zona rural tem acompanhado o das cidades. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), em 2012, a média mensal de crimes violentos era de cerca de 5 mil (60 mil ao ano) ao passo que em 2015, chegou a 11 mil, totalizando 132 mil crimes violentos anuais.
Presente no debate público, o coordenador do Centro de Pesquisa em Segurança Pública da PUC Minas, Luís Flávio Sapori, afirmou que a impunidade teria aumentado nos últimos cinco anos, facilitando a ação dos criminosos. Para ele, quadrilhas especializadas praticam crimes por anos e anos e nenhuma medida é tomada. O especialista defendeu, dentre outras medidas, a priorização da segurança pública pelo Governo do Estado e a atuação conjunta das polícias Militar e Civil. Luís Flávio Sapori ainda sugeriu o investimento nas patrulhas rurais e a criação de redes de produtores rurais protegidos, nos moldes da rede de vizinhos protegidos.
No mesmo dia do debate, deputados estaduais protocolaram um projeto de lei para a criação do Plano Estadual de Segurança e Defesa do Campo. Entre as propostas, inclui a criação de uma delegacia especializada em roubos e furtos rurais.
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