Menor nível em 13 anos: Brasil atinge recorde de redução no desemprego de longa duração

O mercado de trabalho brasileiro apresentou um recorde no segundo trimestre de 2025: o menor número de pessoas desempregadas há mais de um ano desde 2012. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,9 milhão de pessoas estavam nessa situação, uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O dado do IBGE, que analisa o comportamento do mercado para pessoas acima de 14 anos, aponta que o número de trabalhadores em busca de emprego por períodos prolongados está em forte queda.
Quedas em todas as faixas de tempo
A pesquisa detalha a diminuição do desemprego em diferentes períodos de busca por uma vaga, mostrando uma tendência de recuperação em todos os segmentos:
Menos de um mês: queda de 16,7%
De um a menos de um ano: queda de 10,7%
De um a menos de dois anos: queda de 16,6%
De dois anos ou mais: queda de 23,6%
O analista William Kratochwill, do IBGE, explica que a queda mostra que o mercado está aquecido e gerando novas oportunidades, absorvendo até mesmo aqueles que tinham mais dificuldade de se recolocar.
Recordes e dinamismo regional
O bom desempenho do mercado de trabalho já havia sido sinalizado em outros dados do IBGE, como a taxa de desemprego de 5,8% no segundo trimestre, a menor da série histórica. Além disso, a pesquisa apontou recordes no número de empregos com carteira assinada (39 milhões) e no rendimento médio mensal do trabalhador (R$ 3.477).
A pesquisa detalha que o desemprego caiu em 18 dos 27 estados do país no segundo trimestre. Doze estados, incluindo Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, atingiram o menor nível de desemprego para um segundo trimestre desde 2012, confirmando que a recuperação é generalizada.
Kratochwill também destaca que a melhora do mercado de trabalho tem impactado positivamente outros indicadores, como a redução da informalidade, que atingiu 37,8% da população ocupada. O fortalecimento do emprego resulta em melhores condições para os trabalhadores e traz um novo vigor para a economia do país.
Desemprego ainda atinge mais mulheres e negros
Apesar da queda geral, a PNAD revelou que o desemprego ainda afeta mais mulheres, pretos e pardos. A taxa entre mulheres foi de 6,9%, bem acima da dos homens, que ficou em 4,8%. Entre a população negra (pretos e pardos), a taxa foi de 7% e 6,4%, respectivamente, enquanto entre os brancos foi de 4,8%. O desemprego também atinge mais pessoas com menor grau de escolaridade, com a taxa para quem tem ensino médio incompleto chegando a 9,4%. Com informações da Agência Brasil