Vale não pagou ajuda emergencial para quase 200 moradores de Córrego do Barro; prazo para indenizar acaba em janeiro

Desde o rompimento da barragem em Brumadinho no dia 25 de janeiro de 2019, que contaminou o Rio Paraopeba e causou danos incalculáveis no meio ambiente, a mineradora Vale tem feito acordos para tentar minimizar os impactos. Além dos danos materiais que até podem ser ressarcidos, o crime ambiental fez 254 vítimas fatais e outras 16 pessoas continuam desaparecidas.

Um dos acordos feitos com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi o pagamento de um salário mínimo ao adulto atingido, meio salário mínimo para os adolescentes e um quarto do salário para crianças por um período de um ano, que será encerrado no próximo mês de janeiro. A partir daí o pagamento será de metade dos valores.


Áreas próximas ao rio foram mapeadas e os moradores cadastrados para receber esta indenização emergencial. Muitos já garantem mensalmente esta ajuda de custo, porém outros ainda não viram sequer a cor desse dinheiro.

É o caso dos moradores dos chacreamentos Paraopeba e Vargem Grande, no distrito de Córrego do Barro. Foi feita uma reunião com as famílias, a Prefeitura fez uma declaração que as pessoas moram no local mas a Vale se recusou a aceitar o documento.

Desde então a advogada Cíntia Rodrigues Maia tenta um acordo com a Vale para que as famílias recebam os valores que tem direito. Nesta terça-feira (17) mais um encontro aconteceu e novas documentações foram exigidas.

A advogada disse ao Portal GRNEWS estar confiante que desta vez as 193 pessoas que tem direito à indenização receberão os valores, pois os representantes da mineradora garantiram que só faltam algumas declarações:

Cíntia Rodrigues Maia
cintiarodreunvale1


Assim que aprovado o requerimento do morador, a Vale tem o prazo legal de dez dias uteis para fazer o pagamento. Este, retroativo ao mês de janeiro:

Cíntia Rodrigues Maia
cintiarodreunvale2

Maura Lúcia Maciel Pereira é professora aposentada e mora em Córrego do Barro. Quase um ano após o crime ambiental, ela não recebeu a indenização emergencial e teme pela desvalorização do seu imóvel:

Maura Lúcia Maciel Pereira
mauraluciareunvale1


A indenização emergencial é direito de todas as pessoas que residem em Brumadinho ou que moram até um quilômetro da calha do Rio Paraopeba até a cidade de Pompéu. Segundo a Vale as cidades são Brumadinho, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Betim, Juatuba, Esmeraldas, Florestal, Pará de Minas, São José da Varginha, Fortuna de Minas, Pequi, Maravilhas, Paraopeba, Papagaios, Curvelo e Pompéu.

A mineradora deixou claro ainda que os valores pagos não fazem parte de um acordo preliminar e são considerados uma antecipação de indenização a ser descontado de eventual indenização definitiva a ser paga ao beneficiário.

A reportagem do Portal GRNEWS tentou falar com advogado da Mineradora Vale após a reunião, mas ele disse que não estava autorizado a conceder entrevistas. Solicitamos uma manifestação da empresa por meio de sua assessoria de comunicação. No início da noite desta terça-feira (17), fomos informados, por meio de ligação telefônica, que a assessoria não estava conseguindo contato com o advogado que participou da reunião em Pará de Minas e se manifestará posteriormente.

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