Delegado Regional descarta improvisos e atua em duas frentes para construir sede própria do IML em Pará de Minas

O Município de Pará de Minas nunca teve uma sede própria para abrigar uma unidade do Instituto Médico Legal (IML). As necropsias foram realizadas em momentos distintos em um espaço acanhado e inapropriado no Cemitério Municipal Santo Antônio, depois em uma sala na sede da Delegacia Regional da Polícia Civil e por fim, até seu encerramento, em ambiente cedido pela empresa que presta serviços funerários no município.

Em determinado momento a Delegacia Regional da Polícia Civil contava com médico legista e auxiliares de necropsia. Essa equipe realizava os exames de medicina legal em corpos de pessoas vítimas de homicídio, acidentes, entre outros, em Pará de Minas e cidades vizinhas, para ajudar no processo de investigação criminal.

Mas há um bom tempo essa equipe foi desfeita e a Polícia Civil deixou de utilizar o espaço da empresa funerária, que é de caráter privado. Outras situações também foram determinantes para acabar com o serviço que era prestado em Pará de Minas.

A partir daí todos os corpos que precisam ser submetidos aos exames de medicina legal em Pará de Minas e em outros municípios da microrregião são encaminhados pelo rabecão da Polícia Civil até o IML de Betim. Até que os exames sejam concluídos, as famílias esperam um dia e meio e até mais para reaver os corpos e providenciarem os sepultamentos, aumentando ainda mais o sofrimento pelas perdas.

Por outro lado, equipes da Polícia Militar ficam até um turno de serviço no local onde ocorreu um crime ou acidente, esperando o rabecão se deslocar de Betim, ou de outra cidade onde estiver, para resgatar o corpo e levar para o IML, conforme disse ao Portal GRNEWS o vereador Sérgio Martins Vargas (MDB), que é da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais. Acrescentou que enquanto esses policiais militares ficam parados preservando cenas de crimes, eles deixam de atender outras ocorrências solicitadas pela população paraminense.

A situação deveria ser resolvida pelo Governo de Minas Gerais, por meio de investimentos necessários para construir uma sede para o IML em Pará de Minas. Mas o prefeito Elias Diniz (PSD), mesmo sem ser responsabilidade do município, está disposto a colaborar com esse projeto e até mesmo construir uma sala apropriada para a Polícia Civil utilizar no novo Cemitério Parque da Serra, que está sendo construído na região do Bairro Nossa Senhora de Fátima, em Pará de Minas.

Em meio a essa discussão que envolve, Polícia Civil, Prefeitura e Câmara Municipal na busca por solução para esse problema urgente, surgiu a informação repassada pelo vereador Sérgio Martins Vargas que o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) já tem uma sala adequada, onde poderiam ser realizados exames de necropsia.

Mas ressaltou que para isso é preciso entendimento entre os órgãos envolvidos para a utilização do espaço. Em seguida contratar profissionais, como médico legista, para executar este trabalho que seria muito benéfico para população de Pará de Minas e da microrregião.

Mas a Polícia Civil pretende buscar uma solução definitiva para essa situação e não quer saber mais de improvisos para a realização de exames de medicina legal em Pará de Minas. E essa solução passa pela construção de uma sede própria para o IML.

Inclusive a Delegacia Regional da Polícia Civil em Pará de Minas já conta com três médicos legistas, falta apenas auxiliares de necropsia. A informação foi confirmada ao Portal GRNEWS pelo delegado Regional Carlos Henrique Gomes Bueno, que ao defender a proposta, lembra que as tentativas anteriores de instalar salas improvisadas para exames de medicina legal se mostraram ineficientes:


Carlos Henrique Gomes Bueno
imlcarlos1

O delegado Regional justifica porque essas necropsias foram transferidas para o IML de Betim. O principal motivo é que exames de medicina legal são importantíssimos para uma investigação policial e não podem ser realizados sem as devidas condições técnicas para o trabalho dos profissionais em locais improvisados:

Carlos Henrique Gomes Bueno
imlcarlos2

Citou como exemplo que um projétil retirado do corpo de uma vítima de homicídio, um ou dois anos depois, pode ser relacionado a uma arma apreendida em uma operação policial e com isso elucidar a autoria do crime. O delegado Regional destaca que o êxito desse trabalho, depende de uma equipe completa, não somente um médico legista, além de um espaço que cumpre todas as normas sanitárias e ambientais:

Carlos Henrique Gomes Bueno
imlcarlos3

Na busca por soluções estão sendo avaliados dois projetos para construir a sede própria do Instituto Médico Legal em Pará de Minas. Uma na esfera estadual e outra na municipal, como explica o delegado Carlos Henrique Gomes Bueno. A princípio a sala do HNSC não é uma das opções prioritárias, e pode ser considerada uma terceira via:

Carlos Henrique Gomes Bueno
imlcarlos4

O assunto continuará sendo discutido e uma reunião entre representantes dos órgãos públicos envolvidos deve acontecer em breve com participação do chefe do IML da Polícia Civil. Inclusive, deve ser feita uma visita a sala que pode vir a ser disponibilizada pelo HNSC. Caso o espaço atenda aos requisitos exigidos para exames de medicina legal, pode ser que venha a ser discutida a formalização de um convênio provisório com uso exclusivo do espaço pela Polícia Civil, até sair do papel o projeto de construir a sede própria do IML de Pará de Minas.

Portal GRNEWS © Todos os direitos reservados.

PUBLICIDADE
[wp_bannerize_pro id="valenoticias"]
Don`t copy text!