IMA inicia consulta pública para regulamentar requeijão moreno artesanal do vale do Mucuri
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) divulgou na quinta-feira (12/06) a abertura de uma consulta pública para estabelecer o primeiro Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Requeijão Moreno Artesanal do Vale do Mucuri. Os interessados podem acessar o formulário online e enviar suas contribuições ao longo dos próximos 30 dias.
Após esse período, o regulamento será revisado e ajustado antes de sua publicação oficial no Diário Oficial de Minas Gerais, prevista para este ano.
O requeijão moreno, amplamente reconhecido no Vale do Mucuri e no Norte de Minas, é um produto de fabricação tradicional. Sua produção envolve o cozimento de massa de queijo fermentada com creme, processo que lhe confere a coloração escura e o sabor característico.
Pesquisa e formalização impulsionam o setor
A base para a criação deste regulamento pelo IMA foi o estudo “Estado da arte de queijos artesanais emergentes produzidos em Minas Gerais”. Essa pesquisa detalhou o processo de fabricação, a composição, a textura e o sabor do requeijão, além de definir critérios sanitários e de controle do rebanho nas propriedades fornecedoras de leite.
André Almeida Duch, diretor técnico do IMA, ressaltou a importância da iniciativa. “Com a regulamentação, que inclui boas práticas agropecuárias, os produtores terão a possibilidade de formalizar sua produção e, consequentemente, acessar o mercado. É um trabalho significativo de caracterização técnica do queijo artesanal”, afirmou.
Gilson de Assis Sales, subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), enfatizou o valor histórico, econômico e cultural que o reconhecimento do requeijão trará para a gastronomia da região.
“Os produtores poderão negociar com um mercado formal e obter maior remuneração, além de permitir que este queijo tão emblemático do Norte do estado, do semiárido mineiro, de regiões com uma produção de forte tradição, seja comercializado em outras localidades de Minas Gerais e, principalmente, do Brasil. Isso impulsionará o desenvolvimento econômico, a valorização da cultura, a tradição e o resgate histórico”, pontuou Sales.
Suporte à pesquisa
A pesquisa sobre o modo de fazer e a composição do Requeijão Moreno é conduzida pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
As análises físico-químicas, microbiológicas e sensoriais do produto são realizadas nas instalações da Unimontes, em Janaúba, e no Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais (CPTQA) da Epamig, em São João del Rei. Com informações da Agência Minas